O vendedor
de livros Jamil Alves da Silva, 25, dono do cão da
raça pit bull que atacou e matou a menina Luana de
Oliveira, 8, no dia 31 de março, em Jundiaí
(60 km de SP), pode ir a júri popular.
O juiz Jefferson Barbin Torelli, da Vara do Júri da
cidade, acatou a denúncia do Ministério Público
Estadual de homicídio doloso (com intenção
de matar).
A pena para esse crime varia de 6 a 20 anos de reclusão.
Por homicídio culposo (sem intenção),
a pena varia de um a seis anos de detenção,
e a sentença pode ser revertida em prestação
de serviços à comunidade. Uma audiência
está marcada para 13 de julho.
Luana foi atacada quando Silva foi receber dois primos em
sua casa. Quando ele abriu o portão, o cachorro escapou
e encontrou a menina, que foi mordida no pescoço. Ela
morreu dias depois.
Após dois meses de investigações, o
delegado Wilson Ricardo Peres indiciou Silva por homicídio
culposo, mas o Ministério Público entendeu que
houve dolo eventual, porque, ao adquirir o cão, o vendedor
teria assumido o risco de produzir um resultado negativo --no
caso, a morte da criança. Para o promotor Francisco
Carlos Cardoso Bastos, Silva tinha consciência de que
o cão tinha alto poder ofensivo e poderia provocar
a morte de alguém.
Atualmente, o vendedor, que mora em Campinas e socorreu a
menina, afirmou "não ter vontade de fazer mais
nada".
A mãe de Luana, Clara Santos Gomes da Silva, 33, quer
que a "justiça seja feita". "Eu ainda
não me conformo com o que aconteceu e ainda não
o perdoei", disse.
FERNANDA BASSETTE
da Folha de S.Paulo
|