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da
Redação
Apesar de ser um centro de excelência
em educação, o nome da Escola de Aplicação
da USP não aparece entre as que mais se destacam no
Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação
do Estado de São Paulo), nem no topo das dez
primeiras classificadas no Enem.
O Idesp, divulgado esta semana, combina
notas e fluxo escolar para analisar o nível de desempenho
dos alunos do ensino fundamental. Neste levantamento a Escola
de Aplicação da USP aparece como a segunda melhor
da cidade de São Paulo, mas não consta entre
as primeiras estaduais. As cinco melhores da capital são,
pela ordem, Raul Fonseca, Escola de Aplicação
da USP, Rui Bloem, Carlos Maximiliano e Alves Cruz.
Avaliadas, no Idesp, em uma
escala de 0 a 10, a rede de escolas estaduais paulistas ficaram
com as notas 2,54 para o ensino fundamental e 1,41 para o
médio. As notas da Escola de Aplicação
são: 5,30 da1º a 4º série do ensino
fundamental, 5º a 8º série do ensino fundamental
e 3,07 da 1º a 3º série do ensino médio.
Procura por vagas é acirrada
na 1ª colocada do Idesp
Em São Carlos, Escola Estadual Eugênio Franco
tem índice zero de repetência
e de abandono
A procura por novas vagas na Escola Estadual Eugênio
Franco, de São Carlos, região de Ribeirão
Preto, não é à toa. No início
deste ano, quatro salas de 1ª série foram montadas,
mas poderiam ser oito, ou mais, que ficariam lotadas. Localizada
no centro da cidade, 837 alunos de vários bairros,
muitos deles distantes, freqüentam as aulas de 1ª
a 4ª séries da escola. A instituição,
que completará 100 anos em 2011, foi a melhor colocada,
com 6,93 (a meta era 7), no primeiro Índice de Desenvolvimento
da Educação de São Paulo (Idesp). "Há
possibilidade de fazer uma escola pública boa, sim",
diz a diretora, Marta Foschini de Lima.
Confira
o ranking, as metas e encontre a nota da sua escola
Marta lembra que, em pouco mais de
dois meses, a Escola Eugênio Franco teve dois bons desempenhos.
O anterior foi a melhor colocação em notas dos
alunos no Saresp de 2007. "Está sendo difícil
para professores e funcionários se acostumarem com
a cobrança em cima dos índices, mas estão
mais próximos do que quando isso tudo começou,
em 1996", explica Marta, uma professora aposentada que
há mais de um ano dirige a instituição,
que tem 32 professores e 10 servidores.
"Incentivamos os professores
a se engajarem, a estudarem", conta. "O índice
de repetência é zero e o de abandono ou evasão
escolar também; além disso, a falta de professor
é pouca", informa Marta. Para ela, agora existem
dois desafios: manter os índices e, se possível,
melhorá-los ainda mais. "Nossa briga será
essa", diz ela, citando que a Secretaria Estadual da
Educação dará prêmios em dinheiro,
em 2009, às instituições que melhorarem
seus índices. Mas a Eugênio Franco já
está no topo.
Para não perder tempo, a escola
já começou a recuperação em 1º
de março para alunos de 1ª a 3ª séries
e duas vezes por ano faz um simulado para avaliar o desempenho
em cada classe. "Assim todos chegam no final do ano no
mesmo patamar de conhecimento", diz a professora Maria
Lúcia Ribeiro Gomes, há 16 anos na escola. "Trabalhamos
muito leitura e interpretação de textos, assim
as crianças aprendem a ler o mundo", acrescenta
a professora Vera Lúcia Dias.
Os pais também participam e
incentivam os filhos e aprovam o método da escola.
"É difícil conseguir uma vaga aqui",
comenta Maria Cláudia de Souza Bello, que precisou
batalhar para matricular a filha Bianca, de 9 anos, na instituição.
Bianca até já sonha em cursar Medicina. "Pretendo
salvas muitas vidas e minha mãe me incentiva, pois
faz enfermagem. Tenho força de vontade e acredito que
vou ser médica", afirma Bianca.
O empresário Henrique Hartmann
não poupa esforços e, por causa do conceito
da escola, paga uma van para levar o filho Rennan do distante
bairro Santa Felícia ao centro. Rennan quer ser jogador
de futebol, mas já foi avisado: tem de ir bem nos estudos
antes. Os colegas Isabella Prequero, Matheus Castaldi Sid
e Matheus Maia Manenti, todos de 10 anos, aprovam as leituras
e já montam suas histórias de terror. "O
ensino aqui é ótimo", avalia Isabella.
"Adoro aqui", diz Matheus Sid.
"Estudo bastante para ser alguém
na vida", finaliza Matheus Manenti, outro aluno que sonha
em jogar futebol.
Na outra ponta
A cidade de São Carlos também é sede
da última classificada entre as escolas de 5ª
a 8ª séries: a Escola Estadual Conde do Pinhal,
que teve índice 0,26 (a meta era 0,30).
Brás Henrique
O Estado de S. Paulo
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