da
Redação
Cumprida a promessa de
manter os "escolões" criados por Marta Suplicy (PT) na periferia,
o prefeito José Serra (PSDB) tenta potencializar o atendimento:
há dois meses lançou um projeto experimental em que as crianças
permanecem oito horas nos CEUs (Centros Educacionais Unificados),
e não quatro. No período extra, há atividades culturais -música,
dança-, e esportivas e reforço escolar para os que precisam.
Segundo o secretário da Educação, José Aristodemo Pinotti,
ainda há poucos alunos no projeto - de 200 a 600 para cada
um dos 21 CEUs da cidade, que têm capacidade para 2.400 crianças
cada um. E os resultados e gastos do programa nos CEUs ainda
não foram todos dimensionados -a ação também está sendo implantada
em outros tipos de escola do município.
O valor gasto por CEU hoje em custeio é de R$ 700 mil mensais.
Durante a campanha, o prefeito José Serra (PSDB) criticava
o alto custo das unidades e desistiu de construir novos escolões.
No CEU São Matheus (zona leste), no entanto, o gestor José
Valdene Tavares de Oliveira avalia que são necessários mais
professores. Há 140 alunos precisando de reforço escolar para
apenas dois educadores.
A refeição para as crianças, afirma, também precisa ser melhoradas.
As que freqüentam o Pós-escola à tarde, por exemplo, recebem
apenas pão recheado e suco, muitas vezes sem fruta, antes
de começarem as atividades.
Para integrantes dos conselhos que acompanham o CEU, o problema
é uma menor disponibilidade de recursos dos escolões para
a comunidade, algo que era parte importante do projeto inicial
das unidades, que têm teatros, cinemas, piscinas, quadras,
bibliotecas e Telecentros.
Segundo o gestor do CEU São Matheus (zona leste), em sua unidade
houve muita preocupação com a manutenção das atividades para
quem não é aluno. Mas há muita reclamação, porque o uso do
Telecentro teve de ser estreitado, afirma Edilson Bento Ferreira
de Oliveira, 33, do conselho gestor do escolão. Um período
foi reservado ao todas as quartas e sextas. A prefeitura,
no início do ano, modificou atividades culturais dos CEUs.
Substituiu companhias profissionais de teatro por peças das
comunidades.
"A reorientação está tirando o vigor da proposta: a força
pedagógica com o vínculo com a comunidade", afirma Alípio
Casali, que integra o Conselho Municipal de Educação. "Sinto
muito se alguém vislumbrou os CEUs como local de lazer", discorda
Ismael Palhares Júnior, presidente do Sindicato dos Professores
e Funcionários Municipais.
As informações
são da Folha de S.Paulo.
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