da Redação
Acaba de sair uma pesquisa da Prefeitura em parceria com a
ONG
Travessia a respeito do trabalho infantil nos semáforos
paulistanos. O resultado explica porque, mesmo em casos em
que a família dessa criança receba auxílio de programas sociais,
o trabalho infantil permaneça. Quase 15% das crianças que
vivem da esmola ou da venda conseguem arrecadar 800 reais.
Esse é um salário que muitos professores de escola pública,
de plantonistas do Hospital das Clínicas e muitos outros trabalhadores
não conseguem atingir. No geral a média arrecadada gira em
torno de 400 a 500 reais.
São 3 mil crianças localizadas em 188 pontos da cidade. Boa
parte dessas crianças passou pelas escolas e tem famílias.
Mas, como há por trás dessa criança há uma rede de pessoas
que estão sendo beneficiadas com o trabalho infantil, a situação
se perpetua.
É por isso que a ação do poder público, em parceria com a
sociedade é fundamental. Um programa
da Secretaria de Assistência Social juntamente com entidades
não-governamentais já está sendo elaborado. A idéia é assistir
a família dessa criança de tal forma, que ela não precise
explorar seu filho. Apenas no limite é que essa criança seria
tirada de seus familiares e encaminhada ao serviço de assistência
social.
Um dos fatores que contribui para que a iniciativa dê certo
é que boa parte das famílias que têm filhos nessa condição
são beneficiadas de algum tipo de programa social, como o
Renda Mínima. Sabendo que estão sob vigilância, as famílias
podem ficar coibidas a exercer o trabalho infantil para não
perder o benefício.
A preocupação com o trabalho infantil não é de hoje. Há uma
série de cidades que já iniciaram programas como este e tiveram
retorno positivo como: Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre,
Belo Horizonte, Campo Grande, entre outras. Há também, na
cidade de São Paulo, um morador de rua, que, ao ver uma criança
na mesma situação que a dele, criou a frase “não
dê esmolas, dê futuro”, que acabou virando slogan de campanha
de erradicação do trabalho infantil. A escritora infantil
Patrícia Secco, que ao ser interpelada por uma criança pedido
de esmola, também tem seu método próprio de combater esse
crime. Ao invés de dar dinheiro, dá seus livros.
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