Resolvi,
por curiosidade, fazer uma experiência de jornalismo
comunitário: listar numa página da internet
os eventos culturais e educacionais gratuitos da cidade de
São Paulo. Pedi, então, ajuda aos internautas
para que ajudassem a compor esse mapa da mina de inclusão,
destinada a fazer da cidade uma extensão da escola.
Está vindo uma avalanche de dicas muito maior do que
eu imaginava --acabou assim nascendo o www.catracalivre.com.br.
É mais uma, entre tantas, histórias de desperdício
com dinheiro publico.
Muitos desses eventos estão vazios, pouco freqüentados
especialmente por alunos de escolas públicas --os mais
ricos já são beneficiários dessas possibilidades
culturais. São espaços que poderiam seduzir
os estudantes, com música, pintura, escultura, dança,
comunicação, literatura. Sem contar os mais
diferentes cursos e oficinas oferecidos pelas mais diversas
entidades públicas e privadas.
Essa experiência de desperdício apenas mostra
que faz sentido a proposta dos principais candidatos à
Prefeitura de São Paulo de tentar aumentar a jornada
escolar, usando-se os recursos disponíveis da cidade.
Fácil falar, difícil fazer, afinal muros escolares
terão de ser derrubados. Mas, como mostram os milhares
de catracas livres, estamos jogando dinheiro fora.
Uma das grandes (e boas) novidades da eleição
paulistana é o compromisso de todos os principais candidatos
com a educação de tempo integral. Dificilmente
algo poderia ter tanto impacto civilizatório em São
Paulo se essa promessa sair do papel --e, claro, com qualidade.
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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