O debate
sobre aumento das punições a criminosos juvenis,
como a proposta de redução da maioridade penal,
sofre de um grave problema - o da lei do menor esforço.
Essa lei atinge, em cheio, os políticos, prontos para
oferecer soluções fáceis e rápidas
diante do clamor popular.
Não vou discutir aqui se aumentar a punição
vale ou não a pena. O problema é a marginalidade
causada por uma série de fatores, estão aí
na frente de todos há tanto e com tanta intensidade,
mas, mesmo assim, vemos os programas sociais com má
gestão, a falta de empenho educacional, a escassez
das ações de planejamento familiar, a pouca
oferta de lazer nas periferias, lentidão de urbanização
de favelas, pouco policiamento comunitário, e assim
por diante. Some-se a tudo isso como, por nossa falha, o Brasil
cresce tão pouco, dificultando a inserção
de jovens no mercado de trabalho.
Nesse momento, diante de um crime odioso, é mais fácil
mandar quebrar o termômetro do que falar em enfrentar
com seriedade a infecção que gera a febre.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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