A devastadora reação,
quase unânime dentro e fora do país, contra a
expulsão do jornalista do "The New York Times"
mostra uma flecha cravada em Lula - o episódio vai
marcá-lo por muito tempo com a imagem de autoritarismo,
ao mesmo tempo em que traz suspeitas sobre sua capacidade
de conviver, de fato, com a adversidade e a diversidade.
A única e óbvia solução, por
mais dolorosa que pareça, é Lula pedir desculpas
e reconhecer o erro pelo ato apressado, impensado, mantendo
o jornalista americano no país. É um jeito de
tentar limitar o episódio de forma a que, com o tempo,
essa mancha desapareça.
Fico pensando, temeroso, se tudo isso já não
faz de um processo de estabilidade emocional abalada do presidente,
provocado pela dificuldade de governar um país. E isso
sim, mais do que eventuais excessos de bebida, preocupa.
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