Tem razão o governo de ficar
irritado com a reportagem do "The New York Times"
relacionando gafes cometidas por Lula e supostos exageros
no consumo de bebida. Não há disponível
até aqui nenhum sinal que indique essa relação.
Mas, nesse caso, onde tem fumaça há fogo.
A verdade, porém, é que o assunto Lula e bebida
é um dos comentários freqüentes entre a
elite política e econômica brasileira, sempre
em meio a suspeitas e preocupações sobre se
haveria nisso apenas um hábito moderado ou um excesso.
Não se consegue, pelo menos até agora, separar
o que é fofoca ou informação.
Mas quem tem prejudicado, nesse aspecto, a imagem de Lula
é o próprio Lula. Freqüentemente, aparece
segurando um copo, o que, a rigor, não teria nada demais,
não tivesse ele em seu passado uma vivência mais
intensa com o álcool --o que pode não significar
nada. Também não ajuda ter ele sido visto, em
reuniões reservadas, ingerindo o álcool em quantidade
que pessoas pudessem tirar ilações, vazadas
pela imprensa.
O estrago já está feito e, a partir de agora,
Lula vai ter de zelar mais por sua imagem, não se esquecendo
que, quando o indivíduo é presidente, aparências
e palavras têm peso especial.
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