Zeca Pagodinho
virou um dos pontos centrais do debate sobre a restrição
da propaganda do álcool no Brasil. Ele é apontado
pelo Ministério da Saúde como um artista socialmente
irresponsável - afinal, empresta sua imagem para vender
mais bebida. Não é certo que ele seja vitrine
nesse debate.
Claro que Zeca Pagodinho está ajudando a disseminar
o álcool e, sendo uma figura pública, merece
ser cobrado. Mas o que ele ganha de dinheiro vendendo bebida
não é quase nada perto do que publicitários,
os veículos de comunicação e as indústrias
recebem.
Quem deveria estar à frente desse debate não
é Zeca Pagodinho, mas as empresas, muitas das quais
têm códigos de ética e mesmo projetos
para melhorar a educação pública - mas,
cujos anúncios seduzem os jovens e os colocam em risco,
graças, em parte, à associação
do álcool a esporte, sucesso, saúde e sensualidade.
Zeca Pagodinho se imagina esperto ao brigar publicamente
com o Ministério da Saúde, mas, nessa polêmica,
está fazendo papel de otário.
Famosos,
violência e bebida
Sangue,
suor e cerveja
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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