O milho, que vale ouro neste época
do ano lá no Nordeste, não serve apenas para
dar sabor aos quitutes típicos das festas juninas.
A palha também já virou matéria-prima
fundamental para uma série de receitas, todas ecologicamente
perfeitas.
Com as chuvas deste ano a colheita
no sertão foi farta. O milho é a base da alimentação
na casa da agricultora dona Gorete Ferreira. “A gente
faz cantiga, pamonha e cuscuz. A palha a gente dá para
os casa animais comerem”, disse.
O que os bichos não comem o
artesão Luciano Bezerra recolhe e leva para uma das
associações de artesanato de Juazeiro do Norte.
“As camadas de dentro têm uma qualidade bem melhor.
São claras, macias e têm uma qualidade resistente”,
explicou.
Para se transformar em bolsas as palhas
são molhadas e cortadas em tiras. Depois, os fios são
trançados na madeira. “A gente vai enrolando
uma palha na outra para facilitar e ficar a tira maior. Fica
bem resistente porque a palha está molhada”,
esclareceu a artesã Anazete dos Santos.
Cada artesã leva pelo menos
oito horas para fabricar uma bolsa. “Quando a gente
termina a peça, a gente vai para uma avaliação
da equipe para saber se aquela peça está normal,
se está tudo certo e se o acabamento está normal”,
disse a artesã Cleide Santana.
A palha também pode ser tingida
para fazer o artesanato colorido. Por mês, eles produzem
até 120 peças.
Quando os artesãos começaram
a trabalhar com a palha do milho, a idéia era produzir
somente peças utilitárias porque eles acreditavam
que elas seriam vendidas com mais facilidade. O difícil
foi segurar a criatividade. Em pouco tempo, eles já
estavam fazendo peças diferentes e mais detalhados
como bonecos de personagens típicos do sertão.
O artesão José Rodrigues
usa apenas palha e arame para dar forma aos bonecos e tinta
para pintar as expressões de cada um. Em um cenário
feito de barro, os personagens parecem ganhar a vida. “O
que as pessoas jogam fora, eu pego e utilizo com meio de sobrevivência”,
disse.
As informações são
do site Globo.com.
|