Vanessa
Sayuri Nakasato
Se depender dos funcionários da empresa Unilever Bestfoods,
até o final de 2005, mais de 62 mil crianças,
de 8 a 10 anos, de escolas públicas dos Estados de
São Paulo, Minas Gerais e Goiás aprenderão
a ter uma alimentação mais saudável.
Essa é uma das metas estipuladas
pelo Programa de Educação Alimentar, criado
e desenvolvido por funcionários da companhia alimentícia
voluntariamente. O objetivo é combater a má
alimentação infantil e as conseqüências
causadas por ela, como obesidade e desnutrição.
“Queremos que a educação alimentar seja
uma matéria transversal, incluída no currículo
de ciências dos alunos de 3ª e 4ª séries
do Ensino Fundamental. São nesses períodos em
que as crianças têm as primeiras noções
de alimentação e nutrição ”,
afirma a médica Elaine Molina, gerente do Programa
de Responsabilidade Social do Unilever Bestfoods e uma das
idealizadoras do Programa de Educação Alimentar.
O programa, que já conta com
um orçamento de R$ 2 milhões, traz uma proposta
curiosa: ensinar às crianças, de forma lúdica,
como melhorar seus hábitos alimentares. Além
de aprenderem a cozinhar, os alunos terão contato com
a música, a literatura e a pintura. Escutarão
histórias como “João e o pé de
feijão”, “A galinha dos ovos de ouro”,
“João e Maria” e saberão um pouco
sobre Portinari, Tarsila do Amaral, Botero, entre outros.
“Um exemplo de como a arte e
a educação alimentar serão usados de
maneira conjunta é uma aula sobre gorduras. Nesse dia
apresentaríamos algumas telas de Botero, que gostava
de pintar mulheres ‘gordinhas’. Falaríamos
sobre o pintor, o que é gordura, quando ela pode ser
prejudicial. Também contaríamos uma historinha
infantil relacionada ao assunto. Por último, levaríamos
as crianças para cozinhar algo que houvesse gordura
na receita”, explica Elaine.
Segundo a médica, aplicar atividades
que não só envolvam as crianças, como
despertem suas curiosidades é a maneira mais fácil
de fazer com que elas assimilem grande quantidade de informações
sem problemas.
O programa foi elaborado por uma equipe
de pedagogos e nutricionistas juntamente com 40 funcionários
da empresa. Ele é dividido em nove módulos temáticos
que discutem desde a higiene até a conservação
dos alimentos. Todo o conteúdo foi repassado para uma
apostila ilustrada e colorida que será distribuída
aos estudantes no início do curso.
O Programa de Educação
Alimentar terá seu início no ano que vem nas
cidades de Goiânia, São Paulo, Valinhos (SP)
e Pouso Alegre (MG). Na capital paulista, a intenção
é atingir 300 escolas municipais só na primeira
etapa.
Quase todo o corpo docente e merendeiras
das escolas que receberão o projeto em 2004 já
foram capacitadas.
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