Em uma das regiões mais pobres
do Brasil, foi encontrada a prova de que existe solução
para o problema da violência. E quem mostra isso são
os muitos e muitos cidadãos brasileiros que, num determinado
momento, decidem agir.
Brasília fica em Xerém,
distrito de Caxias, Baixada Flumimense. A 30 quilômetros
do Rio, é uma roça com vacas e bois soltos nas
ruas de barro. Brasília é nome da vila e da
escola.
"Aqui começa o futuro",
diz a faixa. Mas no futuro, falta luz quase toda a semana.
Na sala estreita de paredes de chapisco, um professor resolveu
criar uma camerata de violinos.
Alunos aprendem a empunhar o nobre
instrumento de madeira, o arco de crina. Conhecem sonoridade
e harmonia. O método é japonês, baseado
em seqüências simples de acordes. No começo,
acharam que o professor Eduardo Destord era doido.
"Muitos não acreditavam
que eles pudessem tocar, achavam que era coisa de outro mundo,
mas eles são valentes", elogia o professor Eduardo.
Michelle, Mayara e Johnny jamais imaginaram
que um dia iam gostar de violino.
"Eu gosto de tocar violino e
jogar futebol, duas coisas que eu gosto de fazer", conta
Johnny William, 13 anos.
Um dia Suellen Cristina ouviu um concerto.
Soube na hora que queria mais.
"Nunca pensei que fosse tocar
violino, nem que fosse ver assim, nunca pensei que ia conseguir
ver e encostar no violino. É muito bom a gente tocar",
diz Suellen, 10 anos.
Eduardo, o professor, ousou mais ainda.
Anda ensinando Luiz Gonzaga, Bach, Beethoven, Villa-Lobos.
Sonha plantar no coração de cada criança
da Baixada Fluminense a paixão pelos grandes compositores.
A camerata está fazendo dois
anos. As aulas são poucas. Só uma vez por semana.
Agora é que a moçada está pegando maior
intimidade com o instrumento. Beethoven, de longe já
virou o preferido da turma.
Os violinos foram doados por empresas
e artistas que visitaram o lugar.
As informações são
do Jornal Nacional.
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