Cercado de verde, o sítio
parece igual a muitos outros. Mas no lugar o olho mágico
é a porta para um mundo de encantamentos e de brinquedos.
“Quando eu fico brincando tenho
a impressão que os brinquedos estão vivos e
ficam se divertindo igual a mim”, contou Joélio
Nascimento, de nove anos.
Os brinquedos são feitos com material que iria para
o lixo, como madeira, isopor e plástico. São
invenções de artista plástico Antônio
Jáder Pereira, que prefere assinar como Dim, apelido
de infância. Ele transformou seu sítio, no litoral
do Ceará, em um paraíso para as crianças
que também encanta os adultos.
“Por onde ando, vou guardando
qualquer pecinha que encontro, qualquer coisa que sei que
vai chegar o momento que eu vou usar nos meus brinquedos”,
explicou Dim.
A quantidade de brinquedos forma uma brinquedoteca, com mais
de 500 peças. Há o Mane Gostoso, malabarista
que se equilibra por um fio. Tem também o gira-gira
e o bate-pilão.
A variedade de brinquedos feitos com
material reciclado é tão grande que as crianças
não se cansam. Elas passam horas se divertindo. Se
a curiosidade for além, elas podem virar inventores.
Em uma sala do sítio, está a oficina da brinquedoteca,
onde as crianças aprendem a fazer os brinquedos.
Dim ensina a montar um carrinho com
lata de sardinha, arame e um pedaço de cabo de vassoura
de onde saem as rodas. É um trabalho para os pais.
“A pessoa faz um furo no centro da rodinha, com prego,
de um lado e do outro. Então, monta-se o carrinho”,
orientou Dim.
A criação preferida
da turma é roi-roi, um tubo de papelão preso
à madeira por um barbante. Ele imita o som de uma cigarra.
A casa do Dim está sempre aberta
e chega a receber 20 crianças por dia. Algumas só
têm contato com brinquedo quando vão ao sítio
e aprende que reciclar pode ser uma grande brincadeira.
“As coisas que a minha
mãe jogava no lixo vou reaproveitar e fazer brinquedo.
Se não conseguir, venho pedir ajuda”, disse Edna
de Almeida, de dez anos.
As informações são
do site Globo.com.
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