|
A combinação ganhar dinheiro e relaxar
ao mesmo tempo parece impossível nos dias de hoje para
milhões de mulheres que, além de cuidar da família,
têm que ajudar a pagar as contas do mês. Mas isto
não é problema para as primeiras 20 alunas do
curso de tear promovido pelo Instituto Londrinense de Educação
para Crianças Excepcionais (Ilece). Elas estão
descobrindo na arte de tecer uma alternativa de renda e uma
terapia.
'Eu vim para aprender a fazer cachecóis
e depois vou ensinar para as outras mulheres do bairro'',
disse a presidente da Associação Asas na Ação
das Mulheres Evangélicas de Londrina (Anamel), Laís
Barbosa dos Santos, de 60 anos. A associação
proporciana cursos profissionalizantes para pessoas carentes
do Conjunto Giovani Lunardelli, zona leste. Ela acredita que
o trabalho artesanal é a atividade do futuro, já
que muitas pessoas que investiram em estudos estão
decepcionadas com a falta de vagas no mercado. ''Não
existe máquina que faça igual, além de
ser uma terapia'', argumentou Laís.
A tecelagem é milenar e surgiu
com a necessidade do homem de se agasalhar e se proteger das
intempéries. Hoje, as fibras de algodão, lã,
linho ganham novas formas pelas mãos de verdadeiros
artistas. Mas, se engana quem acredita que apenas os mais
velhos se interessam pela arte. ''Via a minha irmã
fazendo cachecóis de crochê e me interessei em
aprender'', disse a estudante de psicologia Daniela Bernardes,
de 21 anos. Ela contou que nunca fez trabalhos manuais, mas
que está gostando porque é relaxante. A estudante
também pensou no retorno financeiro e pretende vender
a produção.
Segundo a diretora do Ilece, Luciane
Eiras Pape, a idéia do curso partiu das mães
dos alunos que já desenvolvem atividades manuais, mas
desta vez resolveram estender para a comunidade. ''Minha cunhada
trouxe um tear de Cascavel há um mês e me
ensinou a usar. Agora vou passar para
outras pessoas'', contou a professora e presidente da associação
do clube das mães, Ivonete Antunes Martins.
Para participar do curso, basta pagar
R$ 15,00 pelo tear. ''O material é feito na nossa marcenaria
com ajuda dos alunos'', declarou a diretora do Ilece. Todo
o dinheiro será revertido para a entidade, que sobrevive
com ajuda da comunidade. ''Recebemos verbas federais, municipais
e estaduais, mas sempre falta alguma coisa. Quando temos algum
gasto extra, como reformas, precisamos das doações'',
contou Luciane.
Até ontem, três turmas
de 20 alunos já estavam formadas. E uma quarta teria
aulas no mês de agosto. ''Se tivermos mais inscrições
vamos abrir novas turmas'', afirmou a diretora. Os interessados
podem se inscrever pelo telefone (43) 3324-3906.
As informações são da Folha de Londrina.
|