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Há 15 anos a jornalista Lina
Menezes e o publicitário Gilnei Rodrigues fundaram
a Águilla Saúde Brasil, uma empresa que nasceu
com o objetivo de desenvolver um trabalho na área de
educação em saúde e cidadania. "Acreditamos
desde o início na saúde contextualizada num
âmbito global - entendemos saúde também
como habitação, emprego, meio ambiente - e como
a orientação, clara, ética e didática
era importante para aprendermos a viver melhor e por mais
tempo", explica Lina Menezes.
Um dos destaques da Águila
é a Série Saúde Brasil que promove orientações
o para público em geral, por meio de documentários
educativos veiculados em emissoras de TVs educativas e comunitárias.
A empresa publica ainda a revista Saúde Brasil Comunidade
e a Saúde na Escola, além de promover Prêmios
de motivação nas áreas: Estudantes de
Medicina, Aids e de Oncologia, este último envolvendo
os países da América Latina. "Todas as
ações do Saúde Brasil são desenvolvidas
por meio da busca de parcerias e patrocínios que viabilizam
a disseminação do conteúdo de forma gratuita,
seja pela TV, distribuição em escolas e hospitais
e diversas entidades, e também pelo nosso site www.saudebrasilnet.com.br",
explica Lina.
Como lembra a Assessoria de Imprensa
da Águilla, atualmente, 35,9% da população
brasileira é composta por crianças. "Levando
em consideração que 97% de crianças de
7 a 14 anos freqüentam a escola, o papel do professor
se torna primordial na educação para a vida",
explica. "A escola se torna, portanto, um meio de influenciar
a comunidade local sobre sua responsabilidade individual e
coletiva. Assim, pode criar mecanismos para abordar assuntos
coletivos de uma região com conseqüências
na saúde da população local e no meio
ambiente". Ao se beneficiar nesta cadeia de conhecimento
e, além de aprender a cuidar melhor da própria
saúde, os alunos ajudam a prevenir doenças do
adulto atuando como um agente multiplicador e reproduzindo
o que aprendeu dentro de casa e na comunidade vizinha. A primeira
edição do "Saúde na Escola",
que aconteceu no final de março em São Paulo,
atingiu cerca 1400 professores da rede pública e privada
de 900 escolas.
Enquanto planeja a próxima
edição do evento em São Paulo, a Águilla
tem sido solicitada para preparar também versões
do "Saúde na Escola" para outros estados.
No final de setembro será realizado o 1º Encontro
de Informações sobre Saúde, ONGs e Associações
de Pacientes Saúde Brasil, em São Paulo. "O
terceiro setor tem dado inúmeros bons exemplos que
se traduzem em avanços e na solução de
desafios. As ONGs e Associações de Pacientes
têm cumprido um papel dos mais importantes em diversos
segmentos, a exemplo da Aids, de doenças mentais, de
disseminação de hábitos saudáveis,
de preservação do meio ambiente e até
mesmo na influência positiva de defesa por direitos
e de mudanças em políticas públicas.
A sociedade é um dos elementos vitais na promoção
da solidariedade e da cidadania", destaca Lina.
A Águilla mantém ainda
o Instituto Saúde Brasil que desenvolve ações
de educação, saúde, meio ambiente e cidadania
para diversos públicos como a população
em geral, médicos, profissionais de saúde, estudantes,
professores, entre outros, e lança mão de diversos
mecanismos e ferramentas para multiplicação
do conhecimento: "Cada ação requer uma
estratégia e instrumentos específicos, que desenvolvemos
de acordo com o objetivo do projeto. E os resultados, felizmente,
têm sido muito gratificantes", comemora a jornalista
e fundadora do Águila e do ISB.
Ainda segundo Lina, para a produção
e distribuição gratuita e para atender a demanda
por materiais educativos que a Águilla recebe de todo
o Brasil, são necessárias, cada vez mais, parcerias
profícuas e patrocínios de empresas que compactuem
com os valores e missão da Águilla e que atuem
de forma socialmente responsável. "Cremos na importância
de viabilizar o acesso gratuito ao conhecimento para todos,
independentemente da condição social, econômica,
com base na seriedade e na ética que ajude o cidadão,
onde quer que ele esteja, a aprender a se cuidar melhor, a
evitar doenças, a adotar hábitos saudáveis,
a prevenir distúrbios, a aderir a tratamento para viver
com mais dignidade. E pela experiência que temos nessa
nossa trajetória, a falta de informação,
correta, leva a inúmeros equívocos que impõem
grandes riscos à nossa vida, de nossa família,
do vizinho, da comunidade", orgulha-se.
"Eu e o Gilnei já
trabalhamos em diversos veículos de comunicação
e percebemos que, em muitos deles, a saúde era entendida
como uma necessidade de dar ibope e/ou o assunto era tratado
mais superficialmente. Vemos a importância de tratar
a saúde com base em pesquisa, muito estudo, e com respaldo
científico de núcleos e profissionais de excelência.
Afinal, trata-se da vida (melhor ou pior) das pessoas",
destaca Lina.
Prêmio Doutor
Cidadão
E foi justamente a necessidade de divulgar a atividade social
de médicos que a Associação Paulista
de Medicina (APM) criou o Prêmio Médico Cidadão
no ano passado: "A imprensa adora mostrar problemas na
área da saúde, publicar matérias sobre
erros médicos, mas existe pouco espaço para
a divulgação dos trabalhos sociais dos profissionais
de saúde", lamenta a presidente do departamento
social da APM, Dra. Mara Rocha Gândara.
O Prêmio Doutor Cidadão
tem o objetivo de premiar médicos que reservam parte
do seu tempo a serviços em prol da sociedade, além
de suas atividades profissionais. As inscrições
para a edição deste ano, já estão
abertas e podem concorrer projetos ou programas sociais nas
áreas de saúde, educação, assistência
social ou meio ambiente, criados e desenvolvidos por médicos
ou estudantes de medicina, e que tenham sido implantados há
pelo menos um ano. "Todo médico é um agente
social por princípio e sempre está envolvido
com trabalhos sociais, só que ninguém percebe,
ninguém sabe. A idéia deste prêmio é
gratificar, privilegiar, divulgar e agradecer esses médicos
e estudantes de Medicina pelos belíssimos trabalhos",
destaca a Dra. Mara.
Além dos resultados do projeto,
serão avaliadas as ações sociais realizadas,
as metas a serem atingidas a curto e médio prazos,
a relação do custo e a quantidade de pessoas
atendidas, além da origem dos recursos investidos.
Segundo a Drª. Mara, nos últimos anos, a profissão
médica no país tem sido amplamente desvalorizada
pelo governo, planos de saúde e população,
e com a decadência da saúde, segundo ela, a conseqüência,
além da desvalorização da profissão,
o médico tem se sentido pouco motivado: "É
preciso resgatar a dignidade médica e o respeito pelo
profissional da saúde. O Prêmio Doutor Cidadão
surge justamente nesse momento como uma forma de estimular
o trabalho médico e as atitudes de responsabilidade
social que devem ser inerentes ao profissional", orgulha-se
a presidente do departamento social da APM.
Todos os participantes inscritos
receberão certificado de reconhecimento pelos serviços
prestados à sociedade, e um único projeto, escolhido
pela banca examinadora, será agraciado com o prêmio
de R$ 10 mil que só será conhecido na solenidade
de premiação no final de outubro de 2005. No
ano passado foram mais de 30 inscritos, sendo que a Organização
Não-Governamental "Nosso Canto" foi a vencedora
e que teve o prêmio entregue ao idealizador do projeto,
o ginecologista e obstetra Márcio Pimenta. "Este
prêmio irá ajudar na realização
de um sonho antigo que é construir uma sede para a
ONG Nossa Meta", declarou Dr. Márcio à
APM. Fundada em abril de 2003, a ONG "Nosso Canto",
de Braúna, interior de São Paulo, foi e tem
como missão o atendimento e a inclusão social
da população de baixa renda nas atividades cidadãs
inscritas na Constituição Federal, mas que não
se concretizam na prática. A idéia é
capacitar a comunidade, de forma que ela seja capaz de se
auto-sustentar por meio de seu trabalho, mas também
envolve ações voltadas para o lazer e atividades
do cotidiano.
A apresentação do projeto
e demais especificações para inscrição,
podem ser obtidos no site do Departamento Social da entidade:
www.apm.org.br/social
ou www.apm.org.br/premiodrcidadao.
Lá você pode encontrar também os projetos
apresentados na edição anterior.
LISANDRA MAIOLI
do site setor3
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