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FORTALEZA (CE) - Integrar crianças
e adultos portadores de deficiência visual à
sociedade por meio de grandes espetáculos é
um dos fatores que impulsionaram a professora de teatro Helô
Sales, do Instituto dos Cegos, a ensaiar a “Paixão
de Cristo”. Hoje, às 16 horas, cerca de 30 jovens
atendidos pelo Instituto apresentam, pela primeira vez, a
encenação do sofrimento de Jesus, na Praça
João Pontes, no Montese.
Os ensaios são realizados pela
manhã na Praça do Montese. “Foi tudo muito
rápido. Tivemos a idéia e, em pouco tempo, começamos
a ensaiar”, conta Helô Sales. Para ela, a maior
gratificação vem dos alunos, que cada vez mais
melhoram sua auto-estima.
Para encenar o espetáculo,
os jovens tiveram que fazer, antes de entrar em cena, o reconhecimento
do local, por intermédio dos textos em braile. “Pode
parecer difícil, mas eles mostram o seu potencial”,
diz a professora. Através do teatro, muitos jovens,
que aos poucos perdem a visão, mostram o talento.
“Com isso, queremos sensibilizar
as famílias da comunidade para mostrar que os deficientes
visuais são pessoas comuns. E não devem ser
tratadas como coitadinhas”, esclarece. As personagens
não seguem à risca as características
já conhecidas pelo público. Um exemplo é
o ator que interpretará Jesus Cristo. “Ele não
terá cabelos grandes, mas será muito bem interpretado”,
explica Helô.
Ela dispensou a estética dos
jovens atores e deu a cada um o papel de acordo com seu desempenho.
“Não adianta colocar uma pessoa com todos os
padrões estéticos se o trabalho não for
legal”, esclarece.
Para a estudante Cleidiane de
Freitas, atendida pela instituição, o teatro
é mais que importante. “Foi através dele
que eu pude melhorar minha comunicação, aumentar
meu otimismo, saber trabalhar em grupo e ajudar o próximo”,
conta.
As informações são do jornal Diário
do Nordeste, de Fortaleza - CE.
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