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Está terminado o segundo
módulo de um curso de capacitação para
mais de 50 pescadores, realizado na cidade do Guarujá
(litoral sul de São Paulo), praia de Perequê,
pela ONG Água Viva, que tem como prioridade temas ligados
a recursos hídricos e seus envolvidos. Guarujá
é a primeira cidade a participar do Projeto de Capacitação
dos Pescadores da Pesca Artesanal do Litoral Paulista, realizado
por meio da emenda no Orçamento da União apresentada
pela Deputada Federal Mariângela Duarte (PT-SP).
Os próximos municípios
a se beneficiarem da capacitação serão
Bertioga, Itanhaém, Cananéia, Iguape, Peruíbe,
São Vicente e Ilha Bela, todos em São Paulo.
"Estes foram os dois primeiros módulos, de dez,
do projeto. Depois de capacitarmos os pescadores das outras
cidades, começaremos os próximos dois módulos,
provavelmente no semestre que vem", explica o presidente
da Água Viva, Guilherme Masek.
Cada módulo dura uma semana,
sendo que o primeiro "Processamento de Pescado",
tratou da pesca do início até manipulação
e conservação do pescado e como vender um produto
de qualidade. Já no segundo módulo, "Conservação
e Comercialização", os pescadores aprenderam
como agregar valor a seus produtos e como conservá-lo
adequadamente: "As capacitações profissionais
têm sempre um pano de fundo de conscientização
ambiental", explica Masek.
Os próximos temas do curso
de capacitação devem abordar o aproveitamento
do couro de peixe, a legislação da pesca, os
motores marinhos, os materiais utilizados na pesca e o artesanato
do mar. O projeto, que conta com profissionais e professores
de outras regiões como Santa Catarina, deve capacitar
pelo menos 960 pescadores só neste ano e deve beneficiar
indiretamente cerca de 3 mil pessoas, entre familiares e outros
envolvidos na cadeia produtiva do litoral paulista.
Preservação
da Água
Ainda segundo o presidente da Água Viva, além
do interesse em aprimorar seus conhecimentos, os pescadores
têm uma preocupação latente com o meio
ambiente e sua conservação, especialmente com
água: "A grande maioria já tem essa consciência
ambiental, mas por desconhecimento às vezes acabam
cometendo alguns erros. Quando aprendem como conservar o meio
ambiente, tornam-se fiscais da natureza", orgulha-se
o presidente da ONG que é membro fundador da Comissão
Educação Ambiental.
Para as comemorações
do Dia Internacional da Água, a ONG Água Viva
está apoiando diversas ações locais da
Baixada Santista entre os dias 15 e 22 de março. Além
desse apoio a ações locais e projetos do Comitê
de Educação Ambiental, a ONG começou
no último dia 15 de março, uma ação
nos manguezais da região em que leva pescadores em
dois barcos para recolherem lixos dos mangues: "O Mangue
é o berço da vida marinha", explica o presidente
da Água Viva que irá acompanhar os pescadores
na Vila dos Pescadores, São Vicente e Bertioga.
A ONG Água Viva já
promoveu orientação de banhistas e turistas
do litoral paulista, com o apoio da prefeitura e com monitores
do grupo de jovens da ECO-Profissionalizantes (UNESCO), com
o objetivo de promover a conscientização ambiental
de adolescentes que moram na periferia dos núcleos
urbanos. "Era uma ação de reeducação
e não só distribuição de sacolinhas",
como explica Masek.
A ONG Água Viva surgiu através
de um processo evolutivo da preocupação de um
grupo de pessoas com o Meio Ambiente, mais especificamente
com a situação das Águas em 1999, justamente
quando o planeta comemorava, simbolicamente, o nascimento
do seu hexabilionésimo habitante e muitas questões
eram levantadas, tais como: Até quando haverá
Água suficiente para a humanidade? Como alimentar essa
população? O que fazer para preservar o Meio
Ambiente? Qual o destino final dos resíduos sólidos?
"Queríamos despertar
a busca de soluções dos problemas das Águas,
sempre destacando a necessidade de preservar e explorar racionalmente
as potencialidades naturais, elevando o conceito de desenvolvimento
sustentável", explica texto de apresentação
da ONG que continua: "Ao olharmos mais atentamente para
o nosso país, percebemos que temos quase 9 mil quilômetros
de litoral e as duas maiores bacias fluviais do planeta (cerca
de 20% da água potável do planeta), entretanto,
nossa produção de pescado é muito baixa
(cerca de 1% da produção mundial)", completa.
O resultado de todas essas indagações
e análises foi a criação, em julho de
2000, do Centro Educacional Água Viva - CEAVI, uma
organização sem fins lucrativos, voltada à
Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
da Pesca e Aqüicultura.
Entre os muitos projetos realizados
pela Água Viva um dos destaques fica por conta do "Água
é Vida" que visa difundir entre os estudantes
a importância da Água, as formas de preservação,
os riscos que ameaçam mananciais e o seu uso racional,
criando a conscientização. "Para tanto,
vamos realizar palestras, sobre o ciclo da água, formas
de contaminação, o desperdício e a sua
condição de recurso não-renovável.
Após assistir a palestra o aluno poderá participar
do concurso de redações, que selecionará
e premiará as melhores redações por município
e da Região", esclarece Guilherme Masek.
Serviço:
Centro Educacional Água Viva - CEAVI
Rua Amador Bueno, 198 – Santos/SP.
(13) 3232 4588 – ceavisantos@ig.com.br
LISANDRA MIOLI
do site setor3
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