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A Fundação Orsa, braço
social do Grupo Orsa, completa 10 anos de atuação
no país com um histórico de conquistas e resultados
que se destacam frente aos diversos problemas sociais enfrentados
no Brasil. Hoje, a Fundação atende mais de 1
milhão de pessoas em cerca de 70 programas e projetos
de educação, saúde e promoção
social, que buscam promover a formação integral
da criança e do adolescente em situação
de risco pessoal e social, com apoio às famílias
e às comunidades. Os investimentos nesses 10 anos ultrapassaram
os R$ 52 milhões.
A primeira semente para a criação da Fundação
foi lançada pelas mãos do empresário
e fundador do Grupo Orsa, Sergio Amoroso. Ele conta que a
empresa surgiu em 1981 a partir de um pequeno negócio
de cartonagem fundado por quatro jovens sem grandes opções
profissionais e que desejavam fazer algo a mais na sua vida
para uma realização pessoal. Aos 36 anos de
idade, e tendo alcançado um resultado profissional
muito melhor do que tinha imaginado, decidiu então
iniciar o projeto social. Depois de dois anos de embates internos
e planejamento, nascia assim a Fundação Orsa.
"Não imaginava que a Fundação fosse
um elemento tão forte para entender nossas fraquezas.
Percebi que somos seres humanos limitados", destaca.
Nestes 10 anos de atuação, a Fundação
se profissionalizou e novos desafios foram surgindo. No início,
a entidade começou a desenvolver seus projetos e apoiar
ações de outras organizações.
Parcerias surgiram e a proposta foi apostar em idéias
que tivessem potencial para influenciar novas ações.
Sergio explica que, neste momento, surgiu na Fundação
a visão de semente, ou seja, criar programas e desenvolver
modelos com potencial de serem replicados como políticas
públicas.
"Acreditamos que todo o conhecimento que desenvolvemos
temos que pôr à disposição da sociedade
para provocar as outras pessoas à ação.
Com essa troca, podemos disseminar a prática social
e fazer com quem mais pessoas se envolvam", comenta o
presidente da entidade, que acredita ser essencial uma postura
mais participativa e aberta das organizações,
sem a visão de apego aos seus projetos. "Temos
que parar de dizer: 'este é o meu projeto', 'está
é a minha criança'. Precisamos dizer: 'nosso
projeto, nosso resultado'".
A primeira ação da Fundação
foi o lançamento do projeto Formação
I, na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, dentro
do Programa de Inclusão Social e Construção
da Cidadania. O projeto tem como principal objetivo oferecer
oportunidade para o desenvolvimento social, educacional e
emocional de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos
de idade, com ênfase na arte-educação,
com atividades de música, teatro, dança, desenho,
artes plásticas e expressão corporal. O projeto
Formação I atua também junto aos familiares,
por meio de acompanhamento e encaminhamento. Entre as ações
culturais oferecidas, destacam-se a Banda Bate Lata e o Grupo
de Dança Popular Fuzuê. Hoje, são 12 projetos
de Formação espalhados pelo Brasil.
A partir de então, diversas outras ações
passaram a ser desenvolvidas pela entidade em várias
áreas. "O nosso foco é o ser humano. A
saúde, educação e promoção
social são apenas as ferramentas desse processo",
comenta Sergio, explicando o porquê da Fundação
não ter escolhido apenas uma área para atuar.
A educação infantil foi uma das prioridades
definidas pela entidade, a fim de suprir a falta de verba
para projetos com esse fim, já que a maior parte dos
recursos públicos vai para a educação
formal. "Muitos problemas que ocorrem na educação
formal vem de algo de base. Já foi provado, em diversas
pesquisas e estudos, que é nesta fase que a criança
se estrutura como ser humano. O resultado vem também
depois. Está provado que um dólar investido
na educação infantil economiza sete dólares
lá para frente", destaca.
Por isso, desde 1998, a Fundação promove o
Programa de Formação Continuada de Profissionais
de Educação Infantil, em 15 cidades. Até
agora, mais de 1500 profissionais foram capacitados. Com duração
de três anos, o programa forma profissionais aptos a
elaborar, implementar e avaliar projetos pedagógicos
coletivos, em parceria com a escola, família e comunidade,
direcionados às necessidades e carências de creches
e pré-escolas públicas e organizações
sociais.
Já o Programa de Gestão Pedagógica para
Infância (Progepi), criado em 2001, é desenvolvido
em parcerias com as prefeituras de Caraguatatuba (SP), Barueri
(SP) e Vitória do Jarí (AP). O Progepi promove
projetos técnicos e pedagógicos em Centros de
Educação Infantil com o objetivo de promover
o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 6 anos.
A Fundação Orsa é a responsável
pela metodologia, que inclui ações estratégicas
como construção de projeto pedagógico,
oficinas de brinquedos, formação continuada
de professores, boletins informativos aos pais, entre outras
medidas. Em três anos, o programa beneficiou cerca de
1 milhão de crianças.
Na área de Saúde, a Fundação
desenvolve, desde 1996, o Programa Promoção
à Nutrição Infantil, que atinge 17 municípios
da região sudoeste do Estado de São Paulo e
no Vale do Jarí, no Pará. O objetivo é
diagnosticar e tratar os distúrbios nutricionais em
crianças de zero a 6 de idade, estimulando o aleitamento
materno e uma alimentação mais saudável
nas famílias e comunidade. Há ainda o Programa
Saúde Bucal, que beneficiou, em dois anos de atendimento,
mais de 8 mil crianças e adolescentes. A novidade deste
ano é a criação da Quimioteca, no hospital
do Grupo de Apoio ao Adolescente a Criança com Câncer
(GRAAC), em São Paulo. No espaço lúdico,
as crianças que estão em tratamento participam
de atividades com um grupo de adolescentes contadores de histórias.
Mas o destaque fica por conta do Programa de Disseminação
de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido
de Baixo Peso - Método Mãe Canguru. O programa
incentiva o aleitamento materno, ganho de peso mais rápido
para o bebê prematuro e o fortalecimento de vínculos
entre mãe e filho. A proposta alcançou bons
resultados e, em parceria com o Ministério da Saúde
e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social), o programa se tornou política pública.
Desde 2000, foram atendidas 490 maternidades e mais de 3 mil
profissionais da área de Saúde foram capacitados.
Há ainda ações de promoção
social, como o Programa Criar, que busca resgatar e fortalecer
os vínculos familiares das crianças que estiveram
em abrigos com sua família de origem ou a substituta,
por meio de diversos projetos.
A Fundação busca agora, em parceria com as
empresas do Grupo Orsa, traçar um novo modelo de sustentabilidade,
a fim de criar novos negócios que busquem também
equilibrar o social e o meio ambiente em seus processos. O
Programa Geração de Riquezas reúne vários
projetos que buscam, justamente, criar oportunidades de desenvolvimento
humano e sustentável às comunidades onde a Fundação
Orsa está inserida, com foco no desenvolvimento de
renda, aptidões, iniciativas individuais e comunitárias.
Um exemplo é o Centro de Oportunidades e Potencialidades
Profissionalizantes que oferece aos jovens do Vale do Jari
(PA/AP) cursos de manutenção de computadores
e marcenaria, para a produção de artefatos e
brinquedos pedagógicos com madeiras certificadas. Atualmente,
a Fundação está negociando com a empresa
Orsa Florestal e a associação formada por estes
jovens, a proposta de começar a produzir cadeiras com
design e qualidade para serem comercializadas em lojas especializadas.
Outro projeto que vem sendo desenvolvido na região
com este enfoque é o plantio e produção
da fécula da mandioca, utilizada pelas empresas do
Grupo Orsa para fazer cola. A proposta, segundo Sergio, é
que a comunidade seja capacitada pela Embrapa (Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária), com técnicas adequadas
de plantio do produto, e se torne responsável pela
fábrica de fécula. Desta forma, a renda das
famílias envolvidas no projeto deverá chegar
a R$ 900,00. "Ou seja, é possível desenvolver
um negócio com retorno financeiro, colaborar com o
meio ambiente, tirando a pressão do corte da floresta,
já que você gera outras formas de renda a estas
pessoas, e ainda ajuda a tirá-las da linha da pobreza",
observa.
Ações em parceria
Sergio acredita que, um dos fatores que tem garantido
o crescimento da atuação da Fundação
no país, e resultados positivos nos programas, é
ter o comprometimento das empresas do Grupo Orsa. Desde o
início, foi instituído o Recurso Semente, ou
seja, uma política de repasse de verbas em que todas
as indústrias do grupo destinam 1% do seu faturamento
bruto à entidade. O presidente da Fundação
e do Grupo Orsa ressalta que, mesmo em anos de prejuízo,
a porcentagem das doações foi mantida.
"Essa oportunidade nos permite fazer planejamento de
médio e longo prazo, o que com certeza torna maior
o sucesso das ações. Por isso, as organizações
que estão ligadas a grupos com a filosofia e comprometimento
como o nosso precisam ser essencialmente profissionais. Elas
são obrigadas a ter sucesso", aponta Sergio Amoroso,
destacando a necessidade de profissionalização
para as organizações não-governamentais.
"Elas precisam entender que esse é também
um negócio e devem, portanto, se estruturar como tal".
As parcerias também fazem parte do planejamento estratégico
da entidade. O presidente da Fundação acredita
que, para um projeto social ter sucesso, são necessárias
a participação e a parceria do governo a fim
de que esta ação gere uma política pública
efetiva. "Se não tiver esse apoio e este resultado
final, não irá resolver o problema. É
o governo quem tem o grande poder de gerar escala. Mas a sociedade
tem que se unir. Acredito que temos que trabalhar todos juntos,
pois as organizações não são substitutas
do poder público, mas sim vêm somar e complementar
as ações", acredita. Neste contexto, Sergio
aponta como essencial o envolvimento do empresariado em fóruns
de discussões e debates sobre o processo social para
motivar o setor público a pensar nestas questões.
No entanto, o presidente da Fundação observa
ainda que existem alguns embates neste processo de aproximação
com o governo. Sergio destaca que a orientação
política de que o governo é quem deve fazer,
dificulta o estabelecimento de parcerias. Para ele o processo
decisório é ainda muito moroso e com diversas
discussões e rediscussões antes de se chegar
num consenso comum. "Muito pouco foi feito ainda pelo
social", completa. Na cidade de São Paulo, esta
relação entre Fundação e poder
público tem sido mais próxima e já gerou
alguns projetos, como o levantamento sobre os abrigos da cidade,
lembra o empresário.
Festa - Para comemorar o aniversário de 10 anos de
trabalho, a Fundação promoveu um show, no dia
14 de setembro, no dia no Sesc Pompéia, em São
Paulo, com a presença da Banda Bate Lata e os cantores
Chico César, Lenine e Moska.
Fundação Orsa
Endereço: Av. Dep. Emílio Carlos, nº 821,
Carapicuíba, São Paulo
Telefone: (11) 4182-8880
E-mail:fundorsa@fundacaoorsa.org.br
Site: www.fundacaoorsa.org.br
DANIELE PRÓSPERO
do site setor3
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