A ambientalista Maria Tereza da
Silva Barnabé conseguiu dar novos rumos ao "Projeto
Virada do Século", que desenvolve ações
de educação ambiental, coleta seletiva e reciclagem
em mais de 40 instituições - escolas, associações
de bairro e ONGs paulistas. O programa tem apoio, assistência
técnica e equipamentos doados pela Tetra Pak, empresa
que atua na produção de embalagens cartonadas
para alimentos e no desenvolvimento de sistemas integrados
para processamento, envasamento e distribuição.
A Tetra Pak doou uma prensa manual para enfardar materiais
recicláveis para as instituições, que
assim conseguiram aumentar o valor do produto em 30%. "Quando
o material é prensado, você o valoriza e assim
conseguimos um recurso maior. Se não for dessa forma,
muitas vezes o que recebemos nem cobre todos os custos. Diante
de todos os problemas enfrentados pelas instituições
participantes, está sendo muito bem-vinda essa ajuda",
comenta a coordenadora. O projeto recicla 20 toneladas de
materiais por mês, das quais cerca de cinco são
encaminhadas para a Tetra Pak, que as reutiliza em seu processo
produtivo.
A ação faz parte de uma preocupação
muito mais ampla da Tetra Pak, que mantém duas unidades
industriais, instaladas nas cidades de Monte Mor/SP e Ponta
Grossa/PR, quanto à preservação ambiental.
Segundo Fernando von Zuben, diretor de Meio Ambiente, a unidade
que dirige é vista como uma área de negócios,
não de despesas. A Tetra Pak mantém um Sistema
Integrado de Gestão, fundamentado em normas internacionais,
que atestam a excelência de suas atividades quanto à
qualidade dos processos de produção, manejo
dos recursos ambientais e política de segurança
e saúde no trabalho. A empresa foi a primeira do setor
de embalagens no Brasil a obter, em 1997, a certificação
ISO 14001.
A Tetra Pak investe no desenvolvimento de tecnologias locais
para o aproveitamento de materiais pós-consumo, na
promoção da coleta seletiva, além de
apoiar iniciativas direcionadas à educação
ambiental. Em 2003, a empresa investiu R$ 3,5 milhões
nessas ações, valor 40% superior aos recursos
destinados em 2002. Há três anos, a Tetra Pak
desenvolveu uma tecnologia para que as seis indústrias
recicladoras de papel que com ela atuam em parceria pudessem
não só aproveitar as fibras de papel para a
confecção de papelão ondulado, mas também
utilizar o plástico e o alumínio das embalagens
longa vida. Esses materiais são vendidos para empresas
de processamento e depois utilizados na produção
de cabides, réguas, canetas, placas, telhas etc. As
telhas ecologicamente corretas custam de 25% a 30% menos do
que as de fibrocimento. Atualmente, 11 empresas utilizam essa
tecnologia.
A novidade é o desenvolvimento da Tecnologia de Plasma
para a reciclagem de embalagens longa vida, realizada pela
Tetra Pak em parceria com outras empresas como a Klabin, a
Alcoa e a TSL Ambiental. O novo processo permite que os três
componentes das embalagens cartonadas - alumínio, plástico
e papel - sejam separados e retornem para a cadeia produtiva
como matéria-prima. Segundo o diretor de Meio Ambiente,
a tecnologia vai aumentar em até 30% o valor das embalagens
longa vida no mercado de reciclagem e o impacto no meio ambiente
será reduzido, pois a emissão de poluentes será
praticamente zero. Por meio desse processo, o plástico
é transformado em parafina e o alumínio é
totalmente recuperado, em forma de lingotes de alta pureza.
A primeira unidade recicladora está sendo construída
na fábrica da Klabin, em Piracicaba/SP, e deve entrar
em operação no início de 2005. O centro
de reciclagem terá capacidade para processar 8 mil
toneladas de plástico e alumínio por ano e o
projeto recebeu investimentos totais de R$ 10,5 milhões.
Parcerias com municípios
A Tetra Pak desenvolve ações junto a diferentes
públicos para conscientizá-los sobre a importância
da preocupação ambiental. Uma das iniciativas
é a parceria com 200 municípios em que a empresa
oferece suporte para a realização da coleta
seletiva e do gerenciamento do lixo urbano. Outro foco prioritário
é o apoio às cooperativas de catadores de papel
- com iniciativas que incluem doação de prensas,
treinamento e incentivo à sinergia com os recicladores.
A empresa recebeu o Prêmio Super Ecologia 2004, da revista
Superinteressante, em reconhecimento a esse projeto. "Com
o material que encaminhamos sobre o processo de reciclagem,
os catadores percebem o porquê da importância
da qualidade do trabalho deles e como será aplicado
o material depois de seu esforço. É um tratamento
mais digno para eles", comenta o diretor.
O projeto "Cultura Ambiental nas Escolas" busca
promover e difundir a educação direcionada à
preservação do meio ambiente entre crianças
e adolescentes. Neste ano, a meta é atingir mais de
5 mil instituições de ensino. A iniciativa inclui
a doação de kits educacionais, com caderno de
atividades para o professor, cartilhas educativas para os
alunos, revistas com exemplos de utilização
de material descartado e uma fita de vídeo. Até
o final do ano, 900 professores terão participado das
oficinas pedagógicas, que ensinam a abordar o tema
em salas de aula. "Quando trabalhamos com o educador,
o resultado final é muito mais eficaz. O aproveitamento
do kit nessas escolas tem sido muito superior", comenta
Zuben.
As informações são
do Instituto Ethos.
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