Sobral (CE) — A comunidade
São José, distante 5Km de Tianguá, transforma
a palha na bananeira em arte, gerando mais renda e atividades
nove famílias da localidade. De acordo com o agricultor
Alberto Raimundo da Silva o ideal é aproveitar o período
de baixa no preço das bananas — que vai de julho
a dezembro — e conseguir mais recursos para manter a
comunidade. Entre as peças. estão bolsas, porta
retratos e outras 13 objetos feitos com a palha da bananeira.
Os agricultores/artesãos foram beneficiados com um
curso promovido pelo projeto “Bodega do Povo”,
da Cáritas Diocesana.
O grupo concluiu o curso recentemente e já consegue,
com muita criatividade e talento, comercializar as peças
para lojas de Tianguá, Crateús, recebendo algumas
encomendas para Fortaleza e Brasília. Mas, nem tudo
são flores para os artesãos. Existem várias
dificuldades como a falta de material para a confecção
das peças, entre eles, tesouras, régua, estilete,
alicates, martelo, pistola de cola quente. "Isso impede
que o negócio progrida mais rapidamente", avaliam.
O consultor técnico regional do Projeto São
José, Jean Carlos, tenta ajudar na divulgação
dos trabalhos fabricados pelo grupo, mas admite que é
preciso um apoio melhor do Sebrae e outros órgãos
que tenham interesse no trabalho. “Eles têm capacidade,
só precisam de um novo design nas peças e aquisição
dos equipamentos necessários para o trabalho, só
assim vão poder aumentar a produção e
dar mais qualidade as peças que produzem”, disse.
Segundo o Alberto, mesmo com as dificuldades as vendas estão
aumentando. “Será marcada uma reunião
com a comunidade para mostrar que o negócio tem futuro”,
afirma. Ele conta que quer despertar o interesse de outros
moradores para participarem do grupo. Juliete Ferreira de
Paula 15, estuda pela manhã e no período da
tarde vai até o galpão improvisado para confeccionar
as peças. Ainda de férias, ela está fazendo
o trabalho nos dois turnos. O local é humilde e foi
doado por uma moradora.
As peças que variam de R$ 2,00 a R$ 20,00. O grupo
está animado e esperar conseguir aumentar as vendas
e a renda. O grupo precisa de qualificação através
de cursos e eles querem se aperfeiçoar. “Antes
as pessoas da comunidade achavam que nunca íamos tirar
dinheiro da palha da bananeira, agora a gente sente o interesse
deles em querer aprender a fabricar as peças”,
disse Juliete. Se conseguirem o material necessário
e novos cursos de capacitação, eles garantem
uma maior produção de peças. “Os
equipamentos que estamos utilizando não são
apropriados: a mesa é de plástico e já
está toda cortada”. Eles não sabem o que
fazer para dar conta da demanda que aumentou. A estudante
Maria Janaína dos Santos também participa do
grupo, não tinha emprego nem de onde tirar algum dinheiro
para ajudar nas despesas de casa, agora participa do trabalho
e já sonha em progredir. Ela ajuda na colheita das
palhas secas da bananeira e também produz peças
artesanais.
As informações são
do Diário do Nordeste.
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