Carinho e companheirismo. Essas
são as palavras-chaves do Programa de Apadrinhamento
Efetivo, desenvolvido por integrantes do Projeto Aconchego.
O interessado vira padrinho ou madrinha de uma criança
ou de um adolescente que mora nos abrigos do DF. O padrinho
deve dar apenas afeto.
Criado em 2002, o programa atende 25 crianças de três
dos 21 abrigos do DF. O número de crianças e
adolescentes que ainda não contam com esse apoio é
muito maior, chegando a 840 meninos e meninas. Já o
número de pessoas que se dispõem a ser um padrinho
é bem menor. Das 90 pessoas inscritas para participar
do programa, este ano, apenas 14 compareceram ao primeiro
encontro, sábado, na Vara da Infância e Juventude.
Segundo Jandimar Guimarães, presidente do Projeto
Aconchego, a idéia do programa é fazer com que
esses jovens possam estabelecer uma relação
afetiva com o padrinho. Para isso, os interessados são
preparados para lidar com as crianças, que têm
todo um histórico de sofrimento.
A primeira etapa é um curso. Em seguida, há
um encontro monitorado, para ver se há empatia entre
interessado e criança. Havendo, o trabalho começa
a ser posto em prática. Os padrinhos são autorizados
a visitá-los e até os levarem para passear.
Solteira e sem filhos, a servidora pública Paula Oliveira
Lima, 31 anos, diz que o apadrinhamento de dois irmãos,
um de sete e outro de 11 anos, é um aprendizado mútuo.
De mundos completamente diferentes, padrinho e afilhado trocam
experiências de vida que estimulam a convivência.
"É muito bom saber que hoje eles são pessoas
mais motivadas", diz.
O padrinho não tem nenhuma obrigação
financeira com o afilhado. Mas tem algumas regras a seguir,
entre elas visitar a criança pelo menos duas vezes
por mês e se dispor a participar de reuniões
mensais de acompanhamento do programa.
A ajuda de custo fica por conta de um colaborador, uma pessoa
que quer ajudar, mas não dispõe de tempo para
estar com os jovens.
Ex-coordenador de um programa similar no Rio Grande do Sul,
Mozar Artur Dietrich diz que a ajuda do governo é fundamental.
"Essa é uma obrigação do governo
de cada estado; sem o apoio dele é difícil atuar."
As informações são
do Jornal de Brasília.
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