Keila
Baraçal
“Não posso deixar de colocar elementos da Praça
Ramos no Bar. Ela faz parte da minha história”,
afirma Daniel Mantovani, 38. O empresário está
prestes a inaugurar o Boteco São Paulo, em Perdizes,
zona oeste da capital. O bar, totalmente customizado com fotos
e comidas tipicamente paulistanas, está em fase de
decoração. Mas o que é preciso fazer
para que um morador da cidade de São Paulo identifique
um bar que homenageia a sua cidade?
Num tom assumidamente nostálgico, o empresário
diz que fotos do Teatro Municipal não podem faltar.
“A arquitetura da Praça Ramos me encanta. Não
sei bem explicar o motivo.” Porém, depois de
pensar um pouco mais sobre os motivos de sua atração
pela arquitetura planejada por Francisco Ramos de Azevedo,
o empresário revela que parte da sua história
passou por ali.
Quando mais jovem começou sua carreira em um banco
na Rua 24 de maio. Sempre se pegava andando pela região
encantado com a arquitetura do local, sobretudo, depois que
descobriu o Teatro Municipal. “Aquilo é maravilhoso”.
Claro que a foto do Teatro estará exposta no seu bar,
mas Mantovani sente falta de imagens daquilo que considera
também ser a cara do Centro de São Paulo: O
Mappin (loja de departamento que ficava na Praça Ramos,
bem de frente ao Teatro Municipal). Ele conta que sempre passava
por ali e comprava alguma coisa para levar para casa. Agora,
tem a missão de encontrar uma imagem do estabelecimento
para colocar no bar.
Apesar do encantamento pelo Centro, o bairro escolhido para
abrir o bar é o Pompéia pelo fato de ele ter
mais outros dois bares na região - e também
por morar lá desde que nasceu. A paixão pelos
botecos vem da infância. Ele lembra do avô, cujo
comércio passou por diversos bairros da zona leste.
“Meu avô sempre foi botequeiro. Está no
sangue.” Quem for ao bar, também encontrará
no cardápio opções de lanches de mortadela
e bolinhos de bacalhau. |