Keila Baraçal
Imagine um lugar com um acervo de mais de três mil
vozes, inclusive de espíritos, outro em que os telefones
explicam a evolução da telefonia e um terceiro
que exibe uma coleção de relógios inusitados,
entre eles um modelo que prepara xícaras de café.
Como se não bastasse, São Paulo tem ainda um
espaço destinado ao ilusionismo, onde a varinha de
condão é estrela principal.
Em plena Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, localiza-se
o apartamento do jornalista Luiz Ernesto Machado Rangel, 81.
Há pelo menos quatro décadas ele dedica parte
de seu tempo ao que chama de “vozteca”. Lá
existe um acervo de três mil vozes, que vai desde discursos
de Carlos Lacerda, Santos Dumont e Juscelino Kubtscheck, até
sons de pássaros e espíritos. “Tenho gravado
o discurso de Lampião”, garante o colecionador.
“A voz é o que fica da personalidade de uma pessoa”,
diz.
Passando de Pinheiros para a Avenida Mofarrej, na Vila Leopoldina,
quem conta a história são os relógios.
De acordo com Sabrina Martins Sanchez, 20, monitora do Museu
do Relógio, o acervo reserva mais de 700 objetos, entre
modelos raros e documentos. O destaque vai para o relógio
que faz café, fabricado entre as décadas de
1910 e 1920, nos Estados Unidos. O aparelho é programado
para fazer uma xícara café e, depois de seis
minutos, tocar o despertador.
Além de relógios, algumas pesquisas também
podem ser feitas através do sistema de telefonia. Trata-se
do Núcleo de Memória do Telefone, localizado
na Rua Benjamin Constant, região Central da cidade.
O espaço – aberto exclusivamente para pesquisas
– tem um acervo de 100 mil fotografias, listas telefônicas
e, claro, aparelhos. “A telefonia serviu para o desenvolvimento
do século 20”, analisa João Mendes Neto,
coordenador do Programa EducaRede, da Telefônica.
Já na Rua Silva Bueno, no Ipiranga, centenas de objetos
estão disponíveis para o respeitável
público. No museu da Mágica e do Ilusionismo
mais de 100 pôsteres mostram um pouco da trajetória
da mágica ao redor do mundo. Único espaço
na América Latina a desempenhar este tipo de atividade,
o museu existe há exatamente 26 anos. “A mágica
é muito importante e existe há cerca de 2,5
mil anos antes de Cristo. Ela desenvolve o raciocínio
e as habilidades sensoriais de quem a pratica”, explica
o fundador Bazílio Artero Sanchez, 49.
Serviço:
Museu do Relógio
Endereço: Avenida Mofarrej, 840 – Vila
Leopoldina
Outras informações: (11) 3646-4068
Museu do Telefone (Não é aberto ao
público)
Endereço: Rua Benjamin Constant, 174 –
7º andar
Outras Informações: www.museudotelefone.org.br
Museu da Voz
Endereço: Praça Benedito Calixto, 86
– apartamento 82, Pinheiros
Outras Informações: 30620015
Museu da Mágica
Endereço: Rua Silva Bueno 519 conjunto 42
- Ipiranga
Outras Informações: 2068-7000
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