Queda
foi de 54,3% entre o primeiro trimestre de 2007 e o mesmo
período deste ano
Redução ocorreu
devido à mudança em pagamento de gratificação
e conscientização de professores, diz Secretaria
Municipal de Educação
O número de faltas dos professores das escolas municipais
caiu 54,3% entre o primeiro trimestre de 2007 e o mesmo período
deste ano. Os dados foram fechados ontem à noite pela
Secretaria de Educação.
Segundo o levantamento, houve 54.912 faltas em 2007, ante
25.084 neste ano. A rede conta com 51.119 docentes.
Para o secretário de Educação da gestão
Kassab (DEM), Alexandre Schneider, a queda ocorreu por conta
de mudanças nos critérios para o pagamento de
gratificações e na conscientização
dos professores.
Uma das alterações feitas foi descontar as faltas
(abonadas ou não) da gratificação por
desenvolvimento educacional, que renderá ao menos R$
2.400 (parcelada em duas vezes durante o ano). Cada ausência
diminui em 10% o valor da segunda parcela do benefício.
O levantamento da prefeitura conta as faltas abonadas (avalizadas
pelo diretor e que não causam perda no salário)
e as justificadas e injustificadas (em ambas há desconto,
mas, no segundo caso, o servidor pode ser exonerado se ultrapassar
30 faltas consecutivas).
"Os professores parecem estar mais engajados", disse
Schneider, coordenador do programa de educação
da campanha de Kassab à reeleição.
"Mas os números não são os ideais.
Esperamos que caiam", afirmou o secretário.
Presidente do Sinpeem (sindicato dos professores), Cláudio
Fonseca discorda da avaliação do secretário.
"O caminho escolhido foi o da coação, descontando
da gratificação. Esse dinheiro é muito
importante para o professor, por conta dos baixos salários",
disse Fonseca, candidato a vereador pelo PPS.
"Em vez de melhorar as condições de trabalho,
o governo decidiu punir até o professor que fica doente,
pois esse também sofre desconto na gratificação",
afirmou.
Rede estadual
Em maio passado, a gestão do governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), também anunciou uma
diminuição no número de faltas dos professores
de sua rede. Segundo o levantamento da Secretaria de Educação,
em dez das 12 escolas da capital com o maior absenteísmo,
o recuo passou dos 50% entre 17 de abril e 17 de maio.
Em abril, Serra sancionou uma lei que limita em seis o número
anual de faltas por servidor, justificadas com atestado médico
(sem perda no salário). Antes, podia-se faltar metade
do ano, desde que não houvesse ausências em dias
seguidos.
Fábio Takahashi
Folha de S.Paulo
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