Keila Baraçal
O ano de 2007 foi marcado pelo maior número de atendimentos
aos usuários jovens de crack, no Centro de Referência
em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod). O órgão,
ligado à Secretaria Estadual de Saúde, termina
pesquisa que traça o perfil do usuário nos últimos
três anos. Entre os meses de abril e julho de 2007,
o Cratod apontou 73 atendimentos. No mesmo período
dos anos de 2006 e 2008, foram registrados 29 e 51 atendimentos,
respectivamente.
De acordo com Luizemir Lago, diretora da entidade, não
há ainda um indicativo que mostre a classe social dos
consumidores da droga. Os estudos devem ficar prontos no início
do próximo mês e existe a possibilidade de o
número de jovens usuários de classe A e B ter
aumentado. “Posso afirmar que a classe média
está tendo mais acesso ao crack. Ele é uma droga
que provoca a euforia rapidamente e isso atrai o jovem”,
afirma. Depois que a pesquisa ficar pronta será possível
mapear o perfil do usuário.
Levantamento recente realizado pelo Ministério da
Saúde também mostra que, de fato, há
um crescimento no consumo de crack no Brasil. Segundo o Cebrid
(Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas), pelo menos 0,4% dos brasileiros experimentou
a droga e, em 2008, este número aumentou para 0,7%.
O ministério afirma que o crack e a cocaína
têm se caracterizado como prioridade de tratamento,
em função das situações de violência
que podem estar associadas a usuários em síndrome
de abstinência. Para se ter uma idéia, entre
os anos de 2003 e 2006, o número de Centros de Atenção
Psicossocial Álcool e outras drogas aumentou 25%.
|