Erika
Vieira
A
Escola Municipal Maria Antonieta D'Alkimin, número1
na avaliação do Ideb (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica) - de 5ª a 8ª
série -, caracteriza-se por ter uma grande participação
comunitária. Os pais se mobilizam param viabilizar
atividades educativas a seus filhos.
Apesar disso, muitos pais consideram que a escola peca por
não incentivar a inclusão de todos os alunos
nessas atividades. A instituição localiza-se
na Vila Olímpia, região nobre da cidade de São
Paulo, mas grande parte dos estudantes são de áreas
carentes, como a favela do Coliseu e a Comunidade Funchal.
Os pais dos alunos desses locais contam que as crianças
são selecionadas para participar de excursões.
“Escolhem um determinado número de alunos para
ir aos passeios e sempre são os mesmos. Todos devem
participar em especial os alunos que são considerados
com 'problema de comportamento' ”, diz Ana Lúcia
Teixeira Costa, membro da Associação de Pais
e Mestres.
A diretora, Isabel Maria Mangabeira, não considera
o fato como exclusão. Diz que, quando há restrição
do número de visitantes em uma excursão, a escolha
é feita pelos professores, e o critério utilizado
é a opção pelos alunos mais dedicados,
não em função do poder aquisitivo. Ressalta,
porém, que geralmente as turmas vão completas.
“Todos são tratados como alunos nossos, independentemente
do local em que moram ou da situação econômica.”
Um abaixo-assinado foi organizado para reclamar de todos
os problemas da escola, entre os quais se destaca a omissão
da direção. Os pais também declaram que
a instituição não apóia os estudantes
que moram longe, criando regras que dificultam o acesso dos
estudantes ao ambiente escolar, como o fato de o portão
fechar dez minutos após o sinal bater. “A maioria
vem de ônibus, muitas vezes atrasa mesmo”, declara
Maria das Graças da Silva Liborge, organizadora do
documento e mãe de um aluno da 5a série. Já
a diretora diz que o portão principal fecha, porém,
se o responsável pelo aluno apresentar uma justificativa
na secretaria, a criança poderá entrar e assistir
às aulas normalmente. Quanto ao abaixo-assinado, ela
declara não ter conhecimento de sua existência.
Outra mãe de aluno reclama de exclusão na escola.
Antônia L. de Souza, com uma filha na 7ª série,
diz que os estudantes são impedidos de participar de
olimpíadas escolares. “Todo ano é uma
luta para inscrever os alunos nas olimpíadas. Houve
até o caso de uma professora que pediu transferência
por causa disso.” E ainda complementa: “Tenho
indignação de não poder ter uma escola
boa do ponto de vista da direção, não
de ensino, porque os professores fazem um trabalho muito bom”. |