Uma festa literária alternativa à de Paraty
(RJ). Essa é a maior finalidade da Flap!, evento que
neste ano chega a sua 4ª edição e acontece
entre os dias 1 e 8 de agosto, em 20 pontos espalhados pela
cidade de São Paulo (SP). Com o tema “Zona Franca
- Viva la Conexión!", a feira adota como idioma
oficial o portuñol, pois reúne artistas brasileiros
e latino-americanos.
Héctor Hernandez Montecinos (do festival Poquita Fe,
no Chile), Rodrigo Flores (Estoy Afuera, México), Jocelyn
Pantoja e Alberto Trejo (Vértigo de Los Aires, México),
María Eugenia López (editora do projeto Chicas
de Bolsillo, da Argentina) são alguns dos nomes que
estarão presentes no evento. Segundo a organização
da festa, ao todo são mais de 20 artistas estrangeiros
convidados.
“Estou muito contente de estar no Brasil e participar
da 4ª edição da Flap!, que conta com a
participação de poetas ativos que tratam de
questões críticas. Aqui também reencontrei
artistas amigos da Argentina, do México e do Chile,
que participam de outros festivais literários do mundo”,
diz, no bom portuñol, Alan Mills, artista da Guatemala,
que participa pela primeira vez da Flap!.
Abrindo espaço para outras artes, por exemplo, os
quadrinhos, e deixando bem claro seu interesse pela interação
latino-americana, a 4ª edição da Flap!
já começou há alguns meses pela Internet,
onde os organizadores agendavam encontros abertos com transmissão
ao vivo pelo sistema Ustream.tv.
A escritora Ana Rüsche, membro do coletivo Vaca Amarela,
organizador da Flap!, diz que o tema da festa surge de uma
relação do Brasil, e dos próprios organizadores
do evento, com o mundo virtual.
“Praticamente toda a nossa comunicação,
mobilização e divulgação de trabalhos
são realizados pela Internet. ‘Viva La Conéxion’
é isso. A rede é um meio muito ativo, presente
e eficiente. A Flap! continua e foi organizada na Internet.
Usamos muito os blogs, o orkut, os messengers, e-mails, e
este ano ainda temos a novidade de conferências transmitidas
em tempo real”, explica.
Já o “portuñol”, segundo Ana, é
uma brincadeira, que surge da demanda de convidados latino-americanos,
“um grande avanço para nós, estamos muito
felizes”.
Uma das novidades deste ano é que a festa literária
conseguiu se descentralizar do eixo Paulista-Centro. “Antigamente,
o evento acontecia somente na Casa das Rosas e no Espaço
Satyros, na Praça Roosevelt. Hoje, estamos levando
a feira para zonas mais periféricas e também
para dentro das escolas, o cursinho da Poli, por exemplo”,
explica a organizadora.
Histórico
A Flap! surgiu a partir de uma vontade dos estudantes
de Direito e de Letras da Universidade São Paulo (USP).
“Queríamos ir para a Flip, em Paraty, mas nunca
tínhamos dinheiro, pois o evento é pago, é
longe e a estadia também custa caro. Fizemos uma festa
paralela, de graça, em parceria com o Satyros –
companhia de teatro - e deu super certo. A feira ganhou repercussão.
Nosso principal objetivo era atrair menos celebridades e fazer
uma festa gratuita”, lembra Ana.
Hoje, o festival conta com muitos patrocinadores e parceiros,
que expõem seus livros e também realizam leituras
e debates. Durante o evento, o público também
pode participar de oficinas de reciclagem e quadrinhos.
Para conferir a programação da Flap! 2008, acesse
http://flap2008.wordpress.com/programacao-sp/
Vivian Lobato
Portal Aprendiz
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