Aparelho
portátil permite ao médico acessar todo o histórico
do paciente por meio
da leitura do código de barras da pulseira presa a
seu braço
Em menos de dois segundos, o histórico clínico
do paciente surge numa tela de 14 polegadas. Ali estão
todas as informações do prontuário médico,
com direito a medicação prescrita, fotos e imagens
de exames, como ressonâncias magnéticas e tomografias.
Até o final do ano, 150 aparelhos como este - chamado
de prontuário digital móvel - vão estar
disponíveis no Instituto do Câncer de São
Paulo, aberto há três meses na zona oeste da
capital.
O hospital será o primeiro do País a utilizar
a tecnologia e para isso pretende investir R$ 750 mil na compra
dos equipamentos. Em outubro começam a chegar as primeiras
unidades. "A economia em papel, tempo e menor possibilidade
de erros vai ser sentida com o tempo", diz o o diretor
de Tecnologia de Informação e Infra-estrutura
do hospital, Erico Bueno.
Com menos de 1,5 kg e 2 centímetros de espessura,
o prontuário móvel digital funciona como um
computador pessoal e acompanha o médico por onde ele
for. Para acessar o conteúdo do histórico do
paciente, que também funciona por comando de voz, é
preciso apenas passar um leitor de código de barras
em uma pulseira presa ao braço do doente. "Todo
o paciente que chega ao hospital tem sua história cadastrada
online e a consulta dos dados permite a análise de
sua evolução", afirma Bueno.
O acesso remoto só é possível graças
ao sistema wireless instalado em todos os 23 andares do hospital.
Em cada pavimento, oito antenas fazem a conexão com
a central de dados instalada no 15º andar.
O prontuário, com uma câmera digital embutida,
permite fazer fotos dos pacientes e disponibilizá-las
online . Outra facilidade é a possibilidade de prescrição,
também online, de medicamentos. Assim que uma droga
é prescrita pelo médico, a informação
chega aos enfermeiros, encarregados de fazer a medicação.
Uma caneta digital dá ao médico não
só a possibilidade de prescrever o remédio como
também fazer anotações sobre as condições
clínicas do doente.
Segurança
Para acessar o sistema, no entanto, é necessário
ser cadastrado no corpo clínico do hospital. A segurança
é garantida pelo sistema de biometria - instalado no
prontuário eletrônico - que faz a leitura da
impressão digital do médico. "A autenticação
da digital garante que apenas os médicos do Instituto
do Câncer possam ter acesso às informações",
afirma Bueno.
Segundo o diretor do Instituto do Câncer de São
Paulo, Giovanni Guido Cerri, esse é o fim do prontuário
de papel para os pacientes do hospital que mal acabou de abrir
suas portas. "Nosso objetivo é reduzir o desperdício
de papel, tempo e dar mais segurança em todo o atendimento",
diz.
Por enquanto, o prontuário digital está em
fase de testes no hospital, mas deve passar a ser usado regularmente
nos 30 leitos de internação que serão
abertos na segunda quinzena deste mês.
Seis leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também
passam a funcionar este mês no hospital que já
tem os ambulatórios de oncologia e oncoginecologia,
além do pronto-atendimento, funcionando. "Não
só os médicos estão aptos a usar o sistema,
como também os enfermeiros foram treinados", diz
Cerri.
Emilio Sant Anna
O Estado de S.Paulo
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