Pesquisas
realizadas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos indicam
que o fumo passivo pode ser o responsável pelo aumento
da propensão ao enfarte e do risco de morte, além
de tornar mais lenta a recuperação de ferimentos.
Um estudo realizado na Nova Zelândia e publicado no
British Medical Journal diz que o risco de morte por doenças
relacionadas ao fumo entre não-fumantes que convivem
com fumantes é 15% maior.
Outra pesquisa mostrou que o número de enfartados
na cidade de Helena, nos Estados Unidos, caiu em 40 quando
o fumo foi totalmente proibido em locais públicos.
E outro estudo, publicado na revista BMC Cell Biology, sugere
que o fumo passivo destrói células necessárias
para curar ferimentos.
'Três provas'
Deborah Arnott, diretora da organização
antifumo britânica ASH, descreveu as pesquisas como
"três provas fundamentais para que se adote medidas
mais rígidas contra o fumo passivo".
"É cada vez mais urgente a questão de
se proibir o fumo em locais de trabalho e lugares públicos
fechados", afirmou Arnott.
O estudo da Nova Zelândia se concentrou em pessoas
com idades entre 45 e 74 anos.
Os pesquisadores da Escola de Medicina e Ciências da
Saúde de Wellington, afirmou que, mesmo depois de considerar
fatores como idade, origem social e etnia, os 15% a mais de
risco de morte permaneciam.
"Os resultados desse estudo só endossam as provas
dos danos causados pelo fumo passivo e sustentam argumentos
em defesa da redução da exposição
de não-fumantes aos males do cigarro", dizem os
especialistas neozelandeses.
Proibição geral
Outra pesquisa, realizada pela Universidade da Califórnia
em Riverside entre 1998 e 2003, descobriu que o número
de internações por enfarto nos hospitais locais
caiu de 40 para 24 nos meses de junho a novembro, depois que
o fumo foi proibido em lugares públicos da cidade vizinha
de Helena por um período de 2002.
Segundo os cientistas, suas descobertas sugerem que "leis
antifumo não só protegem os efeitos a longo
prazo do cigarro sobre o fumante passivo como também
podem ser associadas à queda no número de enfartes".
Tecido
O último estudo, conduzido pela Universidade do
País de Gales, descobriu que os fibroblastos, células
que compõem alguns tecidos, se tornam mais aderentes
porque a exposição ao cigarro altera a sua estrutura
química.
Assim, além de atrasar a recuperação
de um ferimento, o fumo poderia provocar uma cicatrização
ruim em fumantes passivos, com as células ainda concentradas
na beira das feridas.
Mas o médico Stuart Enoch, um dos responsáveis
pelas pesquisa, acredita que, apesar de interessantes, seus
resultados devem ser tratados com cuidado.
"É muito difícil fazer um teste com fumantes
passivos porque a exposição dessas pessoas ao
cigarro é muito variável", afirmou.
As informações são
da BBC Brasil.
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