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multiplicando
06/05/2005

Rede de Tecnologia Social pretende replicar iniciativas em 2005

No último dia 14 de abril foi lançada oficialmente em Brasília a Rede de Tecnologia Social, uma iniciativa do Governo Federal em conjunto com comunidades e instituições, como a Fundação Banco do Brasil, que apóiam projetos sociais no País. Na ocasião foram anunciadas as Tecnologias Sociais escolhidas para a replicação em âmbito nacional e que receberão das entidades mantenedoras da rede, cerca de R$14 milhões, apenas neste ano. São elas: Barraginhas, Mandallas e Descascadores de Algodão (tecnologias adaptadas ao semi-árido). Na região Amazônica, os recursos serão aplicados em projetos de agroextrativismo e fruticultura; e nos bolsões de pobreza das grandes cidades, Incubadoras de Empreendimentos Solidários e catadores de materiais recicláveis serão o alvo da atuação da RTS.

O objetivo da RTS, como explica ainda a assessoria do MCT, é justamente possibilitar a multiplicação da utilização desses conhecimentos, evitando a duplicação de esforços e desperdícios de recursos. A construção desse espaço comum possibilitará, ainda, a integração entre os diversos atores envolvidos na busca de soluções para os problemas sociais brasileiros. "Já temos, inclusive, duas redes que fazem, parte da RTS, esperamos que outras participem", destaca o diretor executivo de Desenvolvimento Social, Almir Paraca. Ele explica ainda que para a RTS é importante a participação de redes como a GTA - Grupo de Trabalho da Amazônia e ASA - Associação do Semi-Árido: "assim, garante-se a presença efetiva das pequenas organizações que são justamente as que têm maior contato com as comunidades que realmente precisam que se desenvolva metodologias de tecnologia social", completa destacando que a RTS está aberta a novas redes e contam com essa participação.

Outra participação importante na RTS, segundo Paraca e Fumiu, é a de Universidades e pesquisadores da área acadêmica: "são eles que vêm produzindo, pesauisando e estudando dentro das instituições os saberes populares oriundos das ONGs e comunidades. É importante que haja um incentivo para que esses pesquisadores e estudiosos da área acadêmica, direcionem seus trabalhos para a área social", destaca Fumiu.

A RTS é fruto da articulação e organizações governamentais e não-governamentais, além de universidades e pesquisadores: "A idéia da construção da RTS surgiu da constatação de que as peculiariedades das comunidades não anulavam o caráter geral dos problemas sociais. Por conta disso, seus idealizadores resolveram ampliar as experiências bem-sucedidas, democratizando o acesso aos processos tecnológicos desenvolvidos e divulgando os resultados alcançados", explica a assessoria de imprensa do MCT. As entidades realizaram, em novembro do ano passado, a I Conferência Internacional e Mostra de Tecnologia Social, no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo, quando a proposta da RTS foi discutida em uma mesa-redonda durante 4 painéis. Na ocasião foram apresentados diversos exemplos nacionais e internacionais do que seriam tecnologias sociais reaplicáveis.

Um exemplo de tecnologia social é o Sistema Barraginhas, desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo. O sistema, criado para captação de água superficial de chuva no Semi-Árido, recuperação de áreas degradadas e revitalização de mananciais no Cerrado, consiste na construção de pequenas barragens dispersas nas pastagens e lavouras, de forma a impedir os danos provocados pelas enxurradas. Outro exemplo muito interessante e que vem sendo pauta é a tecnologia Mandalla, projeto premiado, inclusive, pelo Prêmio Fundação banco do Brasil em 2003: "trata-se de uma oscip que criou essa tecnologia utilizada especialmente na agricultura familiar onde, a água fertilizada de tanques de pisciculturas é reaproveitada para um sistema de irrigação de agricultura a partir de hastes de cotonetes", explica Paraca lembrando que esse método permite a subsistência e a geração de renda de famílias inteiras.

A RTS irá selecionar outras propostas de apoio financeiro a projetos de reaplicação de tecnologia de incubação de empreendimentos solidários, sendo que dois tipos de ações serão contemplados: Incubação de Empreendimentos Solidários e Incubação de Incubadoras de Empreendimentos Solidários. Poderão participar instituições sediadas em cidades com população acima de 1 milhão de habitantes, municípios localizados em regiões metropolitanas, áreas dos Consórcios Intermunicipais de Segurança Alimentar e Desenvolvimento (CONSADs) e Amazônia Legal. Serão priorizados empreendimentos formados por mulheres, por beneficiários do Programa Bolsa Família, por pessoas portadoras de deficiências e grupos de Catadores e outras atividades ligadas ao reaproveitamento e reciclagem de resíduos. R$3 milhões serão disponibilzados pelas instituições proponentes e há a possibilidade de que outros parceiros da RTS também venham a injetar recursos nos projetos. A data final para o envio eletrônico da proposta é 31/05/2005. A divulgação do resultado será feita a partir do dia 30 de junho.

As tecnologias obtidas deverão ser avaliadas por um comitê coordenador da Rede, que reúne 13 entidades públicas, privadas e ONGs. São elas: Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT); Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), responsável pela divulgação da Rede; Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT); Fundação Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Petrobras; Associação Brasileira de Organizações não-Governamentais (Abong); Instituto Ethos; Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras; Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) e Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

O ano de 2005 para a RTS será de reaplicação e implementação das tecnologias. A primeira ação em parceira com a Sebrae e Fundação Banco do Brasil será reaplicar pelo menos 2 mil Mandallas pelo país. "O papel da comunidade nesse processo é cobrar da RTS no final do ano o prometido, saber quantas tecnologias foram realmente reaplicadas e quantas pessoas atingiram. Afinal, A RTS não foi criada para ser apenas uma rede de articulação e sim de ação. Se não conseguirmos reaplicar as tecnologias, é porque falhamos e isso será muito frustrante", desabafa Fumiu.

Mais informações sobre a RTS no site http://www.redetecnologiasocial.net

LISANDRA MAIOLI
do site setor3

   
 
 
 

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