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ensino superior
04/05/2005

Novo Provão reprova 10,6% dos cursos

Os resultados do primeiro Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), que substituiu o extinto Provão, mostram que apenas 10,5% de cursos de ensino superior avaliados obtiveram conceito máximo na prova de 2004. A escala varia de 1 a 5.

Outros 10,6% dos 1.427 cursos avaliados ficaram abaixo do que seria o mínimo exigido: tiveram conceitos 1 e 2. A grande maioria -79% deles- teve classificação intermediária (conceitos 3 e 4).

Esses dados, apresentados ontem pelo Ministério da Educação, incluem instituições públicas e particulares de ensino superior com cursos em 13 áreas ligadas a saúde e ciências agrárias.

Odontologia e medicina foram as duas áreas que tiveram o menor número de cursos em conceitos baixos. Já serviço social e zootecnia apresentaram a maior concentração nessa faixa.

No total, foram avaliados, por amostragem, 140.340 alunos do primeiro e do último ano de 2.184 cursos, porém só 1.427 deles tiveram conceito geral. O restante não teve essa avaliação geral porque era curso novo, ainda sem alunos no último ano, ou por outros motivos, como inscrições dos estudantes fora do prazo.

Também houve instituições que por sua importância e tamanho seriam essenciais para obter um quadro geral mais preciso, como USP e Unicamp, que não participaram alegando "falta de detalhamento acerca da metodologia".

Alvo de críticas de especialistas e de integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso, o Enade foi criado após a medida provisória de 2003, que extinguiu o Provão e implantou o novo sistema de avaliação do ensino superior, chamado Sinaes.
Entre as novidades estão a avaliação de alunos do primeiro e do último ano e as perguntas de formação geral. O resultado dessa parte da prova apontou uma diferença pequena de desempenho entre os que estão entrando no ensino superior e os concluintes.

Em 246 cursos, o que equivale a 17,2%, os ingressantes chegaram a ter desempenho melhor que os alunos do último ano nas perguntas sobre formação geral.

E mais: na média geral, 11,8% dos ingressantes tiveram desempenho superior ao dos concluintes na formação específica.

"A formação básica é um elemento poderoso para o preparo do profissional, e o Enade apontou que o ensino superior não está respondendo a isso. O que reforça a necessidade de uma abordagem sistêmica da educação, desde o infantil até o superior e pós-graduação", afirmou ontem o ministro Tarso Genro (Educação).

O Enade 2004 teve dez questões sobre formação geral (iguais para todos) e outras 30 específicas, que variaram de acordo com a área.

Das 13 áreas, as instituições federais foram melhor em dez delas nessa prova. As federais também superam a média nacional em todas as 13 áreas no desempenho dos alunos na formação geral.

Para o ministro, não se pode dizer que o ensino tenha melhorado ou piorado porque a metodologia mudou. "Os resultados demonstram uma realidade um pouco melhor que a do Provão, mas isso pode ser isolado."

O conceito geral de uma instituição só será conhecido depois que for encerrada outras duas etapas da avaliação: a análise da própria instituição e dos cursos, que estão em andamento. A isso será somada a nota do Enade.

LUCIANA CONSTANTINO
GUILHERME BAHIA
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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