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02 /05/2005

Aluno de escola pública precisa mais de cursinho para obter vaga

O aluno da rede pública é o que mais precisa do cursinho para vencer o vestibular, mas, entre os jovens que recorrem a essas aulas, o tempo até a entrada na USP é quase o mesmo do estudante que concluiu o ensino médio em uma unidade particular.

Isso porque 92% dos entrevistados oriundos de colégio público precisaram de cursinho para chegar à Universidade de São Paulo. Entre os aprovados da rede privada, esse índice é de 69%. A média conjunta é de 72% -ou seja, menos de 3 em cada 10 novatos entraram sem cursinho nos 18 cursos mais disputados da USP.

O período de reforço de última hora, porém, não muda tanto entre eles. Em média, o hoje calouro da USP que concluiu o terceiro ano em escola particular ficou 12 meses no cursinho. O período médio é de 13 meses para quem passou pela rede pública.

A média é influenciada pela concentração de jovens que estudam de seis meses a um ano no cursinho. Na escola particular, isso ocorreu com 64% dos estudantes. Entre os jovens de escola pública, com 57%. Na média total dos entrevistados que fizeram cursinho, 63% tiveram entre seis e um ano de reforço.

Precisaram de um a dois anos de cursinho 15% dos calouros oriundos de colégio particular e 23% entre os de unidade pública. E 6% dos estudantes que precisaram do reforço, tanto de escola pública quanto particular, tiveram mais de dois anos de aulas nessas instituições.

Reflexo do período necessário de cursinho até a faculdade, a maioria dos calouros uspianos precisou fazer o vestibular duas (32%) ou três vezes (34%). Na primeira tentativa só obtiveram êxito 15% dos alunos (16% da rede privada e 10% da pública). Pouquíssimos persistentes têm sucesso após a quinta tentativa --só 1% dos entrevistados prestaram a Fuvest mais de cinco vezes.

Renda familiar
A renda não é um fator tão preponderante na decisão de fazer ou não cursinho. Entre as famílias com renda de até cinco salários mínimos por mês (R$ 1.300), 71% fizeram curso complementar. O índice sobe para 81% entre os que venceram o vestibular e têm renda familiar entre cinco e dez salários mínimos, mas cai para 66% na fatia de quem recebe mais de 20 salários mínimos/mês.

Mas a renda importa na escolha do cursinho. Entre os três que mais aprovam, o maior percentual de alunos é do Objetivo na faixa de até cinco salários mínimos por mês (22% dos aprovados), seguido de Etapa (20%) e Anglo (15%). A lista se inverte entre os que recebem mais de 20 salários mínimos: Anglo (33%), Etapa (14%) e Objetivo (8%).

Mas o treinamento para o exame, que ajuda a preparar para o estresse da hora H é bem diferente entre as escolas públicas e particulares. Prestaram a Fuvest como treineiros 71% dos jovens da rede privada. Entre unidades públicas o índice de alunos que fizeram o vestibular no primeiro ou segundo ano cai para 28%.

FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

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