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sair do esquecimento
29/04/2005

Programa "Abrigar" promove melhoria para crianças carentes

O Brasil tem hoje cerca de 80 mil crianças vivendo em abrigos. Um amplo painel sobre a situação dessas instituições foi levantado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Política Aplicada (Ipea), em pesquisa divulgada no início de abril/2005. O Instituto Camargo Corrêa (ICC) é uma das poucas organizações que apóia os abrigos brasileiros.

O Instituto, criado em dezembro de 2000 e mantido pelos acionistas do grupo Camargo Corrêa, fornece apoio técnico e financeiro a entidades que desenvolvem projetos nas áreas de saúde, educação e cultura, voltados a crianças e adolescentes. Para tratar especificamente da questão dos abrigos, criou, em 2003, o 'Programa Abrigar', que financia estudos sobre a área e promove melhoria nas instituições.

"Ao decidir trabalhar com abrigos, o Instituto Camargo Corrêa teve a intenção de tirar esse tema do esquecimento e de contribuir para que essas instituições realmente possam proteger uma parcela da população que está justamente entre as mais vulneráveis da nossa sociedade - as crianças que têm família, mas não podem se manter integradas a ela", justifica Eveline Stringhini Tavares, diretora de Recursos Humanos do ICC. Segundo ela, as empresas do Grupo Camargo Corrêa buscam ter sempre presentes os conceitos de responsabilidade social em todas as suas atividades e, para tanto, as equipes são permanentemente conscientizadas, transmitindo-se a idéia básica de que a atuação individual deve ser pautada por esses conceitos.

O Abrigar soma investimentos de R$ 1.049 milhão e já beneficiou diretamente 175 crianças de 35 abrigos e capacitou 108 profissionais que atuam nessas instituições. "O investimento social corporativo é uma parcela muito importante da responsabilidade social", destaca a diretora.

Em dezembro de 2004, o 'Programa Abrigar' realizou um seminário com a participação de 250 pessoas, entre técnicos e gestores de entidades, representantes do governo e da sociedade civil, conselheiros tutelares e de direito e operadores do sistema de Justiça, para tratar da questão dos abrigos. O ICC planeja organizar novos encontros como esse a cada dois anos.

"O fato é que, por falta de apoio, muitos abrigos transformam-se em verdadeiros depósitos de crianças, agravando os problemas sociais e familiares", diz Melissa Pimentel, superintendente do Instituto.

Situação atual
Passados 15 anos da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabeleceu a substituição dos antigos orfanatos pelos abrigos, essas instituições continuam sem condições de atender adequadamente meninos e meninas sob tutela do Estado. Entre outros problemas, não existe uma política pública nacional voltada para o setor, poucos Estados e municípios investem em programas, os recursos financeiros são escassos e falta formação para os profissionais que trabalham nas entidades.

Apenas na cidade de São Paulo, há 4.885 crianças e adolescentes nessas instituições. Elas estão distribuídas em 193 abrigos, que sobrevivem, em sua maioria, às custas da boa vontade da sociedade, de doações e campanhas de arrecadação de fundos. Em geral, essas instituições funcionam em desacordo com o ECA, que recomenda unidades pequenas e com número reduzido de crianças e adolescentes, boas condições de acomodação, profissionais especializados, e ações de inclusão social.

"Mesmo com dificuldades, os abrigos são necessários e conseguem dar casa e comida a crianças e jovens. Mas estão longe de ser um lar para eles", afirma Isa Guará, consultora do Programa Abrigar. Na opinião dela, é hora de rever as responsabilidades do poder público e a relação dos abrigos com a comunidade, os conselhos tutelares e o Judiciário. "A sociedade como um todo precisa dar mais atenção a estes cidadãos que tiveram seus vínculos familiares desfeitos de alguma maneira", conclui ela.

As informações são do Instituo Ethos de Responsabilidade Social.

   
 
 
 

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