O Dia
do Leitor, comemorado hoje, acontece quando apenas 25% dos
brasileiros, com idades entre 15 e 64 anos, têm habilidade
plena de leitura. Dentro da mesma faixa etária, 8%
são analfabetos absolutos e 30%, capazes de entender
informações simples, e 37% lêem e entendem
textos curtos.
Enquanto na França cada habitante lê, em média,
sete livros por ano, no Brasil o número é de
apenas 1,8. As informações fazem parte da pesquisa
Retrato da Leitura no Brasil, realizada pela Câmara
Brasileira de Livros (CBL) e outras entidades.
Já no Programa Internacional de Avaliação
de Alunos (Pisa), que mediu o desempenho de 250 mil estudantes
de 15 anos em 32 países, os brasileiros ficaram em
último lugar. Embora as estatísticas não
sejam nada animadoras, o Dia do Leitor encontra o país
atravessando uma fase de crescimento no ramo livreiro, o que
significa um aumento no consumo de livros e, conseqüentemente,
do número de leitores.
“Acredito que o mercado está se expandindo tanto
que abrimos uma outra loja no mesmo shopping. Os nordestinos
têm lido muito. Os supervisores que vêm do Sul
e Sudeste se espantam”, afirma a encarregada de livros
de uma grande livraria, Mara Rúbia Sampaio.
A gerente da loja, Simony Sousa, chama a atenção
para um segmento que já despertou o interesse das editoras:
o público infantil. A pequena Sabrina, 3 anos, é
uma das crianças que o setor fisgou. Ela ainda não
sabe ler, mas se concentra nos desenhos coloridos dos livrinhos
inspirados em sucessos do cinema. Sabrina conhece cada um
dos personagens e é capaz de corrigir quem diz o nome
de algum deles errado.
“Ela conta todas as histórias. O livro a satisfaz
mais que as bonecas. Quando a trago aqui sempre tenho que
levar alguma novidade para casa. A gente não agüenta
mais, de tanto que ela pede para ler as mesmas histórias”,
conta a avó da menina, a dona-de-casa Célia
Porto.
A formação de novos leitores depende do incentivo
familiar e do estímulo da escola e passa por uma dificuldade
comum no país: o alto preço dos livros. Tentando
reverter essa realidade o governo federal prevê uma
série de ações de curto, médio
e longo prazos, cujo objetivo é aumentar os índices
de leitura dos brasileiros.
Uma das primeiras ações aconteceu, no dia 1º
de dezembro, quando foi aprovado o projeto de lei de conversão
à Medida Provisória que acaba com o pagamento
das contribuições do Programa de Integração
Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (Cofins) sobre o livro. O benefício
representa a diminuição da carga tributária
entre 3,65% e 9,25%. Agora é torcer para que a redução
chegue aos bolsos do leitor.
As informações são
do Diário do Nordeste, de Fortaleza-CE.
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