Enquanto
o governo federal parece concentrar esforços para o
que presidente Lula definiu como “ano da infra-estrutura”,
o Ministério das Comunicações estabelece
um cronograma que prioriza a área social. Trata-se
do Programa Brasileiro de Inclusão Digital, que visa
alinhar e reforçar as ações de combate
à exclusão digital e, com isso, reduzir o desemprego
e a pobreza.
De acordo com o secretário de Telecomunicações,
Mauro Oliveira, a inclusão digital é uma das
prioridades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva
e um dos compromissos de campanha do presidente. Ainda segundo
ele, o programa será tocado pelo Ministério
das Comunicações porque a pasta tem a infra-estrutura
mais adequada para o empreendimento de projetos de tecnologia
digital.
O carro-chefe do Programa é o projeto “Casa Brasil”,
que pretende convergir iniciativas isoladas de todos os ministérios
voltadas para a criação de centros de acesso
público à internet. Sob a coordenação
da Casa Civil, o Ministério das Comunicações
vai investir cerca de R$ 260 milhões para a criação
e melhora de mil unidades já em 2005. “Cada um
desses telecentros contará com uma rede de computadores
conectados a servidores de banda larga e com uma rádio
comunitária”, destaca Oliveira.
Segundo o secretário, o governo “entende a maturidade
das ações de inclusão digital por todo
o país” e pretende investir para alinhá-las
e integrá-las. Além de reforçar essas
iniciativas, com novas unidades e equipamentos às existentes,
o projeto “Casa Brasil” deve ser aberto à
adesão de organizações não-governamentais
(ONGs) que empreendam trabalhos semelhantes.
Outro pilar do Programa Brasileiro de Inclusão Digital
é o “Computador Conectado”, que deve oferecer
linhas crédito para a compra do aparelho. A previsão
de Oliveira é de que cada unidade, com acesso à
internet em banda larga por 20 horas mensais enquanto durarem
as prestações, seja vendida em 30 vezes de R$
50. Para tanto, o projeto está sob coordenação
própria presidência, que “tem mantido diálogo
com as indústrias e prestadores de serviço do
setor”, afirma o secretário. Ele também
ressalta que, caso a demanda por esses computadores seja muito
grande, “serão estabelecidos critérios
para beneficiar prioritariamente as classes menos favorecidas”.
O principal objetivo do “Computador Conectado”
é estimular a população que não
conhece a internet a aprender a utilizá-la. “Com
isso, as classes menos favorecidas descobrirão a riqueza
desse meio de comunicação e passarão
a fazer um esforço maior para ter acesso à web”,
explica Oliveira, que conclui: “2005 será o ano
também da inclusão digital”.
O Programa Brasileiro de Inclusão Digital ainda inclui
o “Serviço de Comunicação Digital”
(SCD), que visa dotar de computadores com acesso à
internet instituições públicas do ensino
básico, bibliotecas, hospitais, postos de saúde
e redes ambulatoriais, e convênios com Estados e Municípios
para implementação de Políticas Públicas
de inclusão digital.
No Brasil, o PNUD desenvolve programas nessa área.
Um deles é o Projeto Educação Básica
e Inclusão Digital no Estado do Paraná, que
busca promover a melhoria da qualidade de ensino por meio
do uso adequado das novas tecnologias da informação
e comunicação.
As informações são
do site PNUD Brasil.
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