Os livros
e músicas brasileiras são bastante divulgados
nos países africanos de língua portuguesa, mas
a cultura da África ainda é pouco conhecida
por aqui, apesar de Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe
terem um vasto repertório cultural em diversos ramos
da arte. Divulgar essas culturas é a missão
do projeto Vozes da África, que está trazendo
autores africanos de língua portuguesa para visitar
o Brasil. O primeiro deles, José Eduardo Agualusa,
de Angola, já chegou ao país, onde fica até
20 de abril.
Os autores africanos vão participar de eventos principalmente
nas universidades — em especial, nos cursos de Letras.
No entanto, devem ser visitados também institutos de
estudos da África. “Queremos que a vinda deles
passe aos brasileiros um pouco da história de seus
países”, explica Déborah Dornellas, coordenadora
do projeto. “A literatura, acreditamos, é um
meio ideal para isso”, completa.
A iniciativa surgiu com o apoio de Carlos Lopes, nascido
em Guiné-Bissau, representante do PNUD e coordenador
do sistema das Nações Unidas no Brasil. O departamento
de cultura do Itamaraty e o departamento de Letras da Universidade
de Brasília também são parceiros.
Agualusa, um dos maiores autores africanos em língua
portuguesa, já morou no Rio de Janeiro e em Pernambuco.
Tem cinco romances publicados no Brasil, todos pela Editora
Gryphus: Nação Crioula, Estação
das Chuvas, Um Estranho em Goa, O Ano em que Zumbi tomou o
Rio e O Vendedor de Passados. Durante a sua viagem ao Brasil,
ele lançará uma sexta publicação,
“Manual Prático de Levitação”,
um livro com 20 contos, 17 publicados originalmente em revistas
e jornais de Portugal e Angola e três inéditos.
As histórias, divididas em três partes, “Angola”,
“Brasil” e “Outros Lugares de Errância”,
são baseadas em assuntos tão diversos como a
guerra em Angola e a paixão por livros. Em 2004, Agualusa
visitou a Festa Literária Internacional de Paraty e
foi o autor mais vendido do evento.
O escritor está no Rio de Janeiro, onde fica até
sexta-feira. Ele deve visitar o Rio de Janeiro e Niterói,
onde passará pela Livraria da Travessa, Universidade
Candido Mendes, Universidade Federal Fluminense, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Universidade Castelo Branco e pela
Academia Brasileira de Letras. No dia 11, ele parte para Brasília
e vai até a UnB lançar um Programa de Estudos
em Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. No
Conjunto Cultural da Caixa Econômica, participará
de uma discussão e ao departamento de Letras da UnB.
No dia 13, à noite, participa novamente de uma discussão,
dessa vez em Belo Horizonte. Por fim, nos dias 19 e 20 de
abril ele visita a Universidade de São Paulo e a Livraria
da Vila, na capital paulista.
As informações são
da PNUD Brasil.
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