Keila
Baraçal
O novo projeto de arquitetura do MIS (Museu da Imagem e do
Som), concebido no ano passado pela equipe do arquiteto Álvaro
Razuc, deu a nova aparência ao que ele é hoje.
O museu, que está prestes a reabrir portas neste sábado,
9, passa pelos retoques finais de pintura e instalação
de aparelhagem. Razuc e seu grupo venceram numa disputada
final com outras três propostas. Seu diferencial está
na forma de fazer do MIS um espaço que democratiza
ambientes com acervos tradicionais e tecnológico. Do
lado de fora é possível ver a primeira mudança.
Portões que, antes, dividiam o MIS e o MUBE (Museu
Brasileiro de Escultura), agora foram abertos e juntam ambos
os espaços.
“Nos fez [sic] muito bem que esse projeto tivesse sido
o vencedor”, diz a curadora Daniela Buosso, reiterando
que os arquitetos fazem parte de uma geração
de profissionais em ascensão no mercado.
Passando para a parte interna do MIS, o visitante dá
de cara com o panorama quase que completo do museu. O restaurante
sumiu? Sim. Ainda está em processo de licitação
e, de acordo com Razuc foi projetado para ter vista tanto
para o MUBE, quanto para o MIS.
Com área total de 530 metros quadrados, é no
primeiro andar que está o acervo com mais de três
mil unidades. “Ele, na verdade, é composto por
oito mil títulos [alguns vieram da Europa]”,
afirma Daniela. Há, ainda a Midioteca - com computadores,
fotografias, televisores, videocassetes e DVD - e o Espaço
Redondo - área que exibe projetos relacionados ao LabMIS
(Laboratório de Pesquisa e Produção em
Novas Mídias), aquilo que a equipe organizadora do
evento aposta em ser o ponto mais alto e novo do Museu.
O LabMIS está concentrado no segundo andar. De acordo
com Gisela Domschke, artista de multimeios, este é
um projeto singular no Brasil. “A gente não pode
deixar de considerar a influência que a tecnologia tem
no nosso dia-a dia. Ela permite que a arte seja distribuída
de forma independente.” O lab está dividido em
Sala de Workshop, Estúdio de Som, Sala de Edição
de Áudio e Vídeo, Lounge de Convivência
e Auditório.
Temáticas
Desde o começo da reforma do MIS, no ano passado,
essas mudanças tinham a preocupação com
a organização do acervo. “Ele tem várias
coleções preciosas que fazem parte da vida cultural
dessa cidade e desse país”, ressalta a curadora
Daniela Buosso. A idéia é fazer com que o acervo
sirva para fomentar a discussão cultural do país.
Tanto o acervo, quanto o LabMIS fazem parte de um grupo de
quatro eixos da reestruturação do projeto. Os
outros são o web-site (feito para ser um espaço
para a disseminação da produção
do museu) e programação cultural (com foco na
contemporaneidade e convergência entre imagem, som e
outras tecnologias).
O que se espera com a nova estrutura é que cerca de
135 mil pessoas por ano passem a usar o espaço. Um
aumento de 750%, tendo em vista que em 2007 o museu recebeu
mais de 15 mil visitantes. Houve um investimento por parte
do Governo do Estado de R$ 4 milhões. “O MIS
foi pensado para voltar a fazer parte das discussões
de São Paulo. No passado ele contribuiu com o cinema
e a televisão. Agora está voltando para isso”,
concluiu Priscila Arantes, diretora adjunta.
Serviço
MIS
Avenida Europa, 158 – Jardim Europa
terças a sábados, das 12h às 22h. Domingos
e feriados, das 11h às 21h
(11) 2117-4777
www.mis-sp.org.br
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