Empresas e Estados do Nordeste
brasileiro têm preferido e estimulado a contratação
de empregados menos educados no país como forma de
constituir uma força de trabalho "mais dócil,
menos móvel e com menos aspirações",
afirma o Banco Mundial.
Em "Os Negócios da Elite
e o Medo da Educação", um dos tópicos
do trabalho divulgado ontem, o Banco Mundial afirma que "a
elite modernizante" no Nordeste prefere contratar pessoas
que tenham apenas o ensino primário.
Os governadores nordestinos, diz o
estudo, "apóiam a estratégia das empresas"
oferecendo uma série de subsídios para treinamento
e estimulando a retórica de que seus Estados têm
mão-de-obra competitiva em relação a
outras economias emergentes.
O trabalho afirma que o Nordeste brasileiro
é uma prova de que "antigos fatores que levam
à iniquidade social são impressionantemente
adaptáveis" aos governos democráticos.
"A educação primária
oferece o básico para que esses trabalhadores, com
um pouco de treinamento, se tornem competitivos em relação
a regiões nas quais os salários para as mesmas
funções são significativamente mais altos."
O estudo acrescenta que várias
empresas do Sul do Brasil têm se mudado para o Nordeste
atrás dos ""estímulos" dos governos.
"Os incentivos [estaduais] privilegiam o treinamento
de pequenos grupos de trabalhadores, quando o dinheiro poderia
ser aplicado em uma melhora generalizada do ensino público",
afirma o estudo.
No Brasil, como exemplo, trabalhadores
com mais anos de educação ganham até
6,5 vezes mais, na média, do que a mão-de-obra
menos qualificada. (FCz)
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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