SÃO
PAULO. O secretário do Desenvolvimento, Trabalho e
Solidariedade da prefeitura petista de São Paulo, Márcio
Pochmann, afirma que falta ao governo estabelecer metas sociais
que permitam aos gestores da área econômica e
financeira ter maior entendimento sobre o que provoca os “assustadores
índices de desemprego”.
Pochmann, um dos mais importantes auxiliares da prefeita
Marta Suplicy, sugere que o governo de Luiz Inácio
Lula da Silva crie uma “meta de emprego”, a ser
fielmente obedecida, como vem acontecendo com as metas de
inflação ou de superávit primário.
Agenda oficial
Em meio à polêmica sobre a nota em que
a executiva do PT pediu, na sexta-feira, que o governo federal
dê novo rumo à política econômica,
Pochmann engrossa o coro dos que defendem a diversificação
na agenda oficial.
"Todo mundo cobra que o governo cumpra metas de inflação
ou de superávit primário. Mas, se houvesse uma
meta de emprego ou de linha de pobreza, os gestores públicos
da área econômica e monetária teriam um
componente a mais de análise e maior entendimento sobre
os problemas do país", analisa Pochmann, para
quem o desemprego atingiu “índices catastróficos”.
Números do IBGE indicam que o desemprego aumenta em
grande escala a cada ano. Em 1989, cerca de 1,8 milhão
de brasileiros não tinha trabalho em todo o país.
Em 2002, o número pulou para 7,9 milhões. No
mesmo período, a população economicamente
ativa (PEA) cresceu, em média, apenas 3,2% ao ano.
Para Pochmann, o problema deveria ter tratamento semelhante
ao dado a questões de calamidade pública:
"O desemprego deveria ser tratado como caso de calamidade
pública. Quando acontece uma catástrofe, o governo
libera recursos. O mesmo raciocínio deveria ser aplicado
à questão do desemprego, que já é
catastrófica".
Na opinião do petista, o programa do governo para
tentar reverter a situação não tem surtido
o efeito esperado na campanha, quando se prometia a geração
de dez milhões de novos postos de trabalho em quatro
anos de governo.
"O diagnóstico do governo era de que havia problema
de demanda, e não de oferta. Acontece que algumas decisões
foram tomadas e até agora os índices ainda são
assustadores", diz Pochmann.
Em São Paulo, a maior vitrine e também a maior
vidraça do PT nas eleições municipais,
os números também preocupam. No ano passado,
a cidade chegou a ter um índice de 15% de desempregados
entre a população economicamente ativa, com
cerca de 1,1 milhão de pessoas atingidas.
As informações são
do jornal O Globo.
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