SÃO
PAULO - O ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou
ser viável um crescimento de 3,5% na economia este
ano, percentual que pode ser superado. Ele afirmou que, entre
a administração direta e a indireta, o governo
vai investir R$ 45 bilhões na economia em 2004.
Mantega reiterou que a retomada do crescimento é a
grande prioridade do governo e que a administração
"tem clareza" sobre como alcançar isso.
"No plano econômico, o governo está criando
condições para que o crescimento seja sustentado,
através de uma estabilidade real e não volátil,
reduzindo gastos e mantendo a confiança dos investidores
no país", disse.
Apesar do tom otimista, o ministro ressaltou que, para que
haja crescimento sustentado, é preciso também
que o setor privado cumpra seu papel. Ele disse que os empresários
poderiam ser mais ousados e os banqueiros deveriam liberar
crédito e reduzir a taxa de spread bancário.
Mantega citou os recentes avanços do governo, como
a aprovação das reformas da Previdência
e tributária, a Lei de Falências que ainda está
em curso e a expectativa de aprovaçao, "ainda
nesta semana", da lei que regulamenta o projeto de Parceira
Público-Privada (PPP).
Mantega disse que a divulgação de uma queda
de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2003 levou a interpretações
equivocadas, como a de que a economia estaria estagnada. Mantega
ressaltou que houve queda da atividade econômica no
primeiro semestre de 2003, mas a partir do segundo semestre
houve crescimento.
O ministro do Planejamento participou de seminário
organizado pela Federação Brasileira dos Bancos
(Febraban) para discutir o crescimento sustentável
da economia.
O ministro deixou em aberto a possibilidade de o governo
reduzir a meta de superávit primário do próximo
ano (hoje de 4,25%).
"Não está batido o martelo, porque a discussão
nem começou. Dentro do governo, nós vamos abrir
agora a discussão sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) e, portanto, não há uma posição
do governo. Mas o governo vai continuar a sua política
de equilíbrio fiscal, com grande seriedade. Não
vai relaxar, porque o Brasil ainda tem uma dívida alta
e uma relação dívida/PIB muito elevada.
Nós vamos fazer uma política fiscal que vai
continuar reduzindo a relação dívida/PIB,
isso é uma certeza", disse Mantega.
Enquanto a discussão segue aberta, disse Mantega,
prevalece a LDO do ano passado, que prevê um superávit
de 4,25% em 2005.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda,
Bernard Appy, presente no mesmo evento, afirmou que "a
idéia é manter 4,25% para o próximo ano".
As informações são
do Globo Online.
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