João
Batista Jr.
A Prefeitura de São Paulo
vai lançar no fim deste mês uma campanha para
incentivar a população a não usar sacolas
plásticas. A Secretaria do Meio Ambiente quer que as
pessoas adquiram o hábito de levar bolsas de pano,
de feira ou mochilas até os supermercados, padarias,
livrarias etc. Assim, não haveria necessidade de colocar
as compras nas sacolas de plástico dadas pelos estabelecimentos.
A idéia da prefeitura é firmar acordo com grandes
empresas do varejo para que elas desestimulem seus clientes
a usarem sacolas de plástico. O que, então,
iniciaria um ciclo de economia: os empresários economizam
dinheiro com a produção de sacolas, e a população
despejaria menos sacos plásticos no meio ambiente.
Outro passo, rumo à conscientização da
população, seria por meio do projeto de lei
que proibiria os comércios de distribuírem sacolas
plásticas. “Levaremos, até o fim do ano,
um projeto de lei ao prefeito [Gilberto Kassab] para alterar
o mercado de sacolas”, diz Eduardo Jorge, Secretário
do Verde e Meio Ambiente. A pasta vai propor a regulamentação
do uso de sacolas biodegradáveis.
Derivado do petróleo, o plástico leva até
100 anos para se decompor. Já a sacola biodegradável
requer apenas 18 meses por receber um componente acelerador
de seu processo de decomposição. A estimativa
é que tal composição encareça
em 20% o valor final do produto.
Campanha
“Até o final de agosto, iremos realizar uma exposição
no hall da prefeitura”, revela o secretário.
“Teremos uma mostra de sacolas alternativas, tanto do
Brasil quanto do exterior.” A idéia é
mostrar sacolas alternativas que não denigram o meio
ambiente.
“O lixo produzido em São Paulo é responsável
por 25% dos gases que colaboram para o efeito estufa presente
na cidade”, alarma o secretário. “São
Paulo é uma capital de moda, queremos que os estilistas
e a população vejam isso como uma nova moda”,
diz. Para ele, o uso de sacos de pano deve se tornar cultural.
“Iremos firmar parceria com
os empresários para distribuir sacolas de panos com
propagandas.” Para Eduardo Jorge, o “vai-e-vem
de pessoas que vão aos supermercados” pode ser
uma ótima oportunidade para se fazer publicidade imprimindo
a marca da empresa nas sacolas ecológicas.
Exemplo alemão
Ainda que alguns países tenham instituído o
uso de sacolas biodegradáveis, nenhuma nação
foi tão longe quanto a Alemanha ao proibir a distribuição
de sacolas plásticas. O consumidor, caso não
leve bolsa de pano, deve pagar pelas sacolas plásticas
nos estabelecimentos comerciais (0,06 euro pela pequena ou
0,09 euro pelas grandes – valores taxados pelas duas
maiores redes de supermercados Kaufland e Norma).
A Alemanha também taxa
o uso de garrafas PET. Para se comprar um refrigerante de
dois litros, é preciso desembolsar 0,25 euro a mais.
O valor pode ser ressarcido em qualquer estabelecimento comercial
do país. Em tempo: as garrafas PET com capacidade de
armazenamento inferior a um litro são taxadas em “apenas”
0,15 euro.
|