A Secretaria Estadual da Educação de São
Paulo decidiu destinar os primeiros 45 dias do ano letivo
exclusivamente ao reforço em língua portuguesa
e matemática. A medida vale para os estudantes da 5ª
série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino
médio, sendo implantada em 2008.
Segundo a secretária da Educação, Maria
Helena Guimarães de Castro, a intenção
é melhorar o conhecimento dos alunos em duas disciplinas
consideradas básicas para o aprendizado de qualquer
outro tema.
Na prática, professores de todas matérias terão
de enfocar as duas disciplinas nos primeiros dias de ensino.
A pasta cita, como exemplo, uma aula de história na
qual textos históricos serão utilizados na interpretação
de texto. Segundo a gestão Serra (PSDB), o conteúdo
das demais disciplinas será recuperado ao longo do
ano.
"O primeiro bimestre já era mais voltado para
uma retomada do ano anterior. A mudança é que
essa retomada será focada em língua portuguesa
e matemática", disse Maria Inês Fini, assessora
para avaliação e currículo da secretaria.
Os alunos com maior dificuldade terão ainda atividades
fora do horário de aula.
"Reforço de 45 dias não vai resolver o
problema. As condições de trabalho continuarão
péssimas", disse o presidente da Apeoesp (sindicato
dos professores), Carlos Ramiro.
As mudanças ocorreram porque os alunos da rede estadual
apresentaram dificuldades nas duas disciplinas. Reportagem
da Folha publicada em outubro mostrou que 43% dos alunos se
formam no ensino médio com conhecimentos, em língua
portuguesa, de 8ª série.
Segundo a secretaria, o reforço integra uma reorganização
de currículo. A idéia é deixar claro
os conteúdos que os alunos deverão aprender
em cada série. "Hoje, há apenas diretrizes
e parâmetros", disse Fini.
O governo informou também que os alunos do 3º
ano do ensino médio poderão optar por cursos
técnicos (administração ou gestão
de pequenos negócios) ou por preparação
para o vestibular. Parte da grade será utilizada para
a atividade escolhida e o conteúdo do ensino médio
será condensado nos dois primeiros anos.
Folha de S.Paulo
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