Heitor
Augusto
O projeto de lei que determina que pelo menos 10% dos desenhos
animados veiculados na televisão sejam produzidos no
Brasil pode gerar empregos. Esta é a avaliação
de Arnaldo Galvão, animador e ex-presidente da Associação
Brasileira de Cinema de Animação (ABCA). “Comprar
material de fora impede a geração de mão-de-obra.
Quando se contrata uma equipe para produzir um longa metragem,
geralmente são empregadas ao menos 40 pessoas, pelo
prazo de dois anos”, afirma.
O mercado para animação se concentra na publicidade
e o eixo Rio-São Paulo domina a produção
nacional. Segundo banco de dados do site Tela Viva, há
67 agências cadastradas. “Não temos uma
indústria, no termo formal da palavra. O projeto, aliado
com outras coisas, vai ajudar”, afirma o ex-presidente
da ABCA.
Um animador pode se formar com cursos de carga horária
de 16 horas, que dão uma formação básica
para ingressar no mercado de trabalho. Em São Paulo,
há pelo menos oito escolas de ensino (veja lista abaixo),
além das oficinas esporádicas realizadas por
ONGs. “Tem gente que não precisa se formar em
cinco anos. Pode trabalhar imediatamente com uma formação
mais rápida”, avalia Arnaldo.
Polarização
A favor da cota para desenhos brasileiros estão a Associação
Brasileira de Cinema de Animação, o Ministério
da Cultura e a Associação Brasileira de Produtoras
Independentes de Televisão. Do lado contrário
ao projeto, as televisões. “Impor contas significa
intervir na função das TVs privadas de definir
a programação segundo o interesse público”,
afirmou, em audiência pública na Câmara,
o consultor da Abert (Associação Brasileira
de Emissoras de Rádio e Televisão), entidade
representativa das teles.
Outra reclamação das emissoras é o custo
de produção. Importar meia hora de um desenho
animado custa, em média, US$ 5 mil. Isso representa
2% do valor para produzir nacionalmente (US$ 300 mil)de uma
criação nacional, .
De autoria do deputado federal Vicentinho (PT-SP), o projeto
está em discussão na Comissão de Ciência
e Tecnologia. Se aprovado, no primeiro ano de vigência,
prevê que 10% dos desenhos animados veiculados na TV
sejam brasileiros. No segundo ano, 20%, e assim sucessivamente,
até alcançar 50% no quinto ano de vigência
da lei.
Veja lista de cursos de animação
em São Paulo
Cursos de curta duração
Senac
Formação em animação 3D, iluminação,
texturização e produção 3D para
jogos e realidade virtual. Carga horária (em média):
40 horas.
Animação
em 3D
3D
para Jogos e Realidades Virtuais
Iluminação/Texturização
Melies – Escola de Cinema 3D e Animação
Há cursos em que vão da animação
clássica (em 2D) às inovações
tecnológicas trazidas pela terceira dimensão.
A carga horária é, em média, de 165 horas.
Mais
informações
Cadritech Computação Gráfica
O curso de Animação com 3D tem cinco módulos,
totalizando 180 horas. Produção de curta em
3D, ferramentas de modelagem, textura e iluminação
são alguns dos conteúdos dos três primeiros
módulos. No quarto, o foco é animação
em 3D (total de 40 horas de aula).
Mais
informações
CAD Tecnology
A instituição tem quatro cursos com diferentes
cargas horárias. O básico, de Body Paint 3D,
é de 12 horas; o completo, Cinema 4D, de 44 horas.
Mais
informações
Graduação/Pós-graduação
Universidade Anhembi Morumbi
Duração de dois anos. São trabalhadas
as ferramentas em 2 e 3D. Prepara para trabalhar com modelagem,
stop-motion e utilizar como plataforma videoclipe, games,
entre outras.
Mais
informações
USP – Universidade de São Paulo
Duração de quatro anos. Formação
completa em cinema (teoria e prática). Engloba os antigos
cursos de Rádio e TV e de Cinema.
Mais informações
FAAP
Duração de quatro anos. Formação
completa em cinema (teoria e prática).
Mais informações
Senac
Além dos cursos de curta duração, a
instituição oferece curso de Computação
Gráfica 3D: Modelagem, Animação e Rendering.
Duração de 16 meses.
Mais
informações
Links relacionados:
Periferia
animada
"Vida
Maria" mostra contradições entre sonho
e realidade no Cine PE
"Oh,
my God!"
Anima
Mundi
|