CRATO
(CE) - Enquanto o Governo desenvolve programas de alfabetização
de adultos, as crianças estão saindo da escola
sem saber ler nem escrever. De cada dez crianças que
terminam a 4ª série do Ensino Fundamental, apenas
quatro saem alfabetizadas.
A estatística, considerada alarmante, foi avaliada
ontem por prefeitos e secretários de Educação
de mais de 20 municípios do Cariri, representantes
do Unicef e da Secretaria da Educação Básica
do Estado (Seduc), durante o Iº Seminário do Comitê
Regional de Alfabetização Infantil, realizado
no Hotel Encosta da Serra, no Crato .
Está falha no ensino é preocupante, segundo
o representante do Unicef, Rui Araújo. “É
preciso que a escola disponha de programas mais eficientes
na alfabetização de crianças”,
observa, destacando que não é somente a metodologia
de ensino que está errada, mas um conjunto de problemas,
tais como formação de professores e condições
de funcionamento das escolas. Isso requer maior empenho das
secretarias municipais e acompanhamento pedagógico.
Para a representante da Secretária da Seduc, Maria
Luiza Aguiar, o nível de aprendizagem das crianças
no Ceará é muito baixo. Elas estão aprendendo
menos. O estudante deveria terminar a 4ª
série lendo e escrevendo bem, interpretando textos
e dominando as quatro operações, o que não
acontece.
Maria Luiza defende um esforço dos professores e gestores
para preservar o tempo que as crianças passam na escola.
Ela propõe também o estímulo à
leitura, através de bibliotecas e jornais. A televisão
é apontada como outra fonte de informações.
“Tudo isso o professor pode fazer na sua dinâmica
de aula”, diz.
A queda do rendimento no Ensino Fundamental se estende também
ao Ensino Médio. A representante da Seduc avalia que
muitos alunos chegam ao Ensino Médio com déficit
de aprendizagem.
Durante o evento foram empossados os membros do Comitê
Regional de Educação Infantil, que tem como
presidente a secretária de Educação e
vice-prefeita do Crato, Fabíola Alencar.
O Crato foi escolhido para sediar o encontro porque, segundo
o representante da Unicef, é o berço da cultura
cearense. A iniciativa vai impulsionar o trabalho no restante
do Ceará.
As informações são
do Diário do Nordeste, de Fortaleza - CE.
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