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revista engajada
10 /05/2005

Onda Jovem voltada para ONGs, educadores e pesquisadores chega ao mercado

A partir do pressuposto de que a comunicação exerce papel fundamental na conscientização da sociedade e que ainda não havia um veículo para mostrar quais são as demandas dos jovens, o Instituto Votorantim decidiu investir no lançamento da Onda Jovem, publicação voltada para ONGs, profissionais, especialistas, entre outros, que lidam com o público jovem, buscando trazer subsídios para aperfeiçoar seu trabalho: "Percebemos que, embora hajam muitas pesquisas sobre jovens e seu universo, não existiam publicações voltadas para quem trabalha com esse público especificamente", explica o consultor de comunicação e do projeto Onda Jovem dentro do Instituto Votorantim, Vinícius Precioso.

Para essa empreitada a Votorantim contou com a produção e realização da consultoria Olhar Cidadão – dirigida por Fátima Falcão e Marcelo Nonato – com direção editorial de Josiane Lopes e projeto gráfico de Artur Lescher e Ricardo van Steen. A primeira edição da Onda Jovem trata de "Projetos de Vida", tema que preocupa toda a juventude: "hoje a parcela mais atingida pela exclusão social, baixa escolaridade, violência e desemprego, nas diferentes classes sociais", explica texto da assessoria de imprensa da Votorantim. São 80 páginas, muito bem ilustradas, que trazem depoimentos de dezenas de jovens que falam sobre seus projetos de vida, tema do primeiro número, em diversos contextos: familiar, social, escolar, do trabalho, da arte e da religião. "O objetivo principal da revista é ajudar quem trabalha com o jovem a entender e saber como lidar com esse público", explica a diretora da Olhar Cidadão e idealizadora do Projeto Editorial Onda Jovem, Fátima Falcão.

O espaço para reflexões sobre a vida dos jovens está também presente na revista, através de artigos de especialistas como o sociólogo Juarez Dayrell (UFMG), o pedagogo Antônio Carlos Gomes da Costa, o psiquiatra Jairo Bouer, as professoras de psicologia Edna Peters Kahale e Bronia Liebesny (PUC-SP) e o administrador de empresas Sérgio Esteves. Em toda a publicação, há ainda relatos sobre os diferentes projetos de vida: desde o jovem que escolheu a carreira acadêmica até aquele que optou pelo sonho de atuar como um mobilizador social, ou viver em uma aldeia de índios guaranis. "Fizemos questão que participassem das reuniões de pauta, especialistas sobre o assunto que pudessem nos dar um respaldo, além de indicar boas fontes", explica Precioso.

As experiências dos educadores também estão presentes na Onda Jovem, em relatos como o do grupo Enigmas Juvenis, de professores da Zona Leste de São Paulo, e o CPDC (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento), de Minas Gerais. Já as experiências das ONGs Uga Uga, no Amazonas, e da Cipó, na Bahia, entre outras organizações, ilustram os caminhos diferentes que jovens de diversas partes do Brasil estão trilhando para contribuir com o desenvolvimento social do País. E ainda, uma entrevista realizada com a cantora "rapper" Negra Li ilustra diversas questões discutidas ao longo da publicação. Considerada uma sobrevivente do preconceito, do machismo e das inúmeras armadilhas existentes na vida da mulher negra e pobre, Negra Li conta como é a vida do jovem na periferia e fala dos desafios que enfrentou até conseguir a posição de primeira mulher do rap brasileiro a assinar contrato com uma grande gravadora.

Confirmando que os problemas apontados pelos jovens, nesses depoimentos, não são questões isoladas, a revista destaca uma série de pesquisas e levantamentos realizados por diferentes instituições sobre a juventude brasileira, como a PUC-SP, a ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância e o Instituto da Cidadania. Essas pesquisas abordam desde os projetos de vida dos jovens, até sua insatisfação com as escolas e seu relacionamento com a mídia.

Próximas edições...
A primeira edição da revista foi distribuída para um mailing de 2.500 nomes, entre organizações, secretarias estaduais e municipais, políticos e empresas que têm projetos com o público jovem como foco: "ou que tenham potencial para elaborar projetos nesta área", completa o coordenador do projeto. A primeira edição já está esgotada, mas a idéia, segundo Precioso e Fátima, é disponibilizar o conteúdo em formato html e pdf em um site para que todos tenham acesso ao conteúdo produzido pelo Olhar Cidadão para a Revista Onda Jovem: "essa é uma forma de democratizarmos o acesso a essas informações que julgamos muito úteis para todas essas pessoas e organizações que trabalham com o jovem", concordam.

O site, segundo eles, ainda trará ferramentas de articulação e integração entre os usuários e leitores por meio de chats, fóruns etc: "a versão online terá alguns acréscimos especialmente para educadores que têm dificuldade em lidar com esse público ou que simplesmente querem conhecer novas metodologias e plano de aulas", promete Fátima. Ela lembra ainda que o conteúdo da revista pode, inclusive, ser tema de muitos debates e atividades em sala de aula. As próximas edições da Onda Jovem, que terá uma periodicidade quadrimestral, devem abordar os temas "Trabalho", "Violência" e "Saúde": "sempre abordando todos os lados da questão, de diferentes ótica, ângulos, perspectivas e contando com diversas opiniões e pontos de vista", explica a dupla.

Segundo Fátima Falcão, a revista pretende apresentar experiências não só que ganharam uma projeção nacional, como de grandes organizações, como também investigar outras ações locais e/ou muitas vezes sem visibilidade: "O terceiro setor faz muita coisa e tem dificuldade de divulgar tudo, mas é importante que outras conheçam trabalhos bacanas para se inspirarem", explica. Ela destaca ainda que a cada matéria, A Olhar Cidadão tem criado fichas das ONGs e suas fontes com o intuito de criar uma espécie de Banco de Boas Práticas que deverá também estar disponível no site da revista. "Todos poderão fazer pesquisas por organização, tema, região, foco de trabalho etc. Assim, formaremos uma grande rede efacilitaremos a promoção de troca de informação entre todos que trabalham com esse segmento", completa Fátima.

Foco e tema da revista, os jovens também ajudaram a produzir a Onda Jovem: a revista abriu espaço para jovens talentos, como o fotógrafo Levi da Silva, de 14 anos, e Anderson Oliveira, de 22 anos, e o ilustrador Marcelo Pitel, de 21 anos. "É interessante esse envolvimento do jovem também na produção da Revista, lembrando que, ainda que o público-alvo não seja o jovem, em muitos casos eles próprios são protagonistas de ações sociais e têm uma liderança dentro do Terceiro Setor", destaca Precioso. Na próxima edição, segundo o coordenador, a revista deve contar com uma história em quadrinhos, entre outras expressões artísticas de jovens. Aliás, o jovem que quiser participar da produção da revista pode entrar em contato com a Olhar Cidadão" pelo email ondaajovem@olharcidadao.com.br . Por esse email, pode-se também conseguir mais informações além de ser um canal para envio de sugestões, críticas ou pautas.

Instituto Votorantim
Fundado em 2002, com o objetivo de alinhar e fortalecer a atuação social das empresas que compõem o Grupo Votorantim, o Instituto Votorantim voltou sua atuação para os jovens, com a proposta de contribuir para o seu desenvolvimento integral, como foco estabelecido pela ONU – Organização das Nações Unidas.

"Quando o Instituto Votorantim nasceu, já identificava no potencial da força jovem brasileira um vasto campo de oportunidades para cumprir seu papel social. (...) Para consolidar esse propósito, faltava um espaço editorial como a revista Onda Jovem, lançada com o nosso patrocínio. Como publicação independente e diversificada em sua abordagem, Onda Jovem dará voz a educadores, pesquisadores, jovens lideranças, profissionais do terceiro setor e outros segmentos envolvidos com os diversos temas relacionados à população jovem. Afinal, Nos próximos 20 anos, afirmam estudos do IBGE, o Brasil estará vivendo uma expansão da sua população jovem", diz o presidente do Instituto Votorantim, José Ermírio de Moraes Neto, em carta assinada que acompanha a revista.

Hoje, o jovem representa 20% da população brasileira e é a mais afetada pelos problemas sociais e a mais carente em termos de políticas públicas e privadas. "Ao mesmo tempo, com sua natureza criativa, vitalidade e disposição, os jovens possuem um enorme potencial para trazer inovações sociais e culturais à sociedade brasileira", destaca texto da assessoria de imprensa do Instituto.

"Estamos num momento interessante em que o Brasil pode ser considerado um país jovem. Essa geração pode tanto se realizar ou ser uma grande frustração se, por exemplo, não forem criadas políticas públicas que atendam a demanda deste público", lembra Kátia. Para ela, a revista nasceu justamente num momento oportuno e que também pode ser um instrumento para que os políticos e recém-criadas secretarias da juventude olhem as questões com mais profundidade. "É importante lembrar que, embora a revista seja patrocinada pelo Instituto, a idéia é que ela seja independente e que possa, por exemplo, fazer parcerias com as secretarias municipais e estaudia, permitindo a distribuição da revista para professores de toda a rede pública", completa Precioso.

O Instituto Votorantim, organização sem fins lucrativos, tem como objetivo atuar como um articulador dos diversos agentes sociais, estabelecendo parcerias que contribuam para inserir o tema do desenvolvimento integral do jovem na agenda da sociedade. Entre os projetos realizados pelo Instituto, destaca-se o projeto "Amigos do Futuro", cujo objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade da educação no Brasil. Uma das principais iniciativas é o projeto "Indicadores da Qualidade na Educação", realizado em parceria com a ONG Ação Educativa, e que incentiva as comunidades escolares a avaliarem o ensino em suas escolas.

Outros projetos são o "Futuro em Nossas Mãos" - curso de formação e capacitação de pedreiros, coordenado pela Votorantim Cimentos e que deve beneficiar mais de 6.000 jovens em 2004/2005 - e o Projeto "Geração" - este último, ainda em fase piloto, é realizado nas cidades de Laranjeiras, em Sergipe, e Capão Bonito, interior de São Paulo, através de parceria com o Instituto Aliança.

LISANDRA MAIOLI
do site setor3

   
 
 
 

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