O ministro
da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou terça
feira (08/11) em São Paulo a intenção de
prorrogar a campanha nacional pelo desarmamento por mais seis
meses. A campanha estava anteriormente prevista para terminar
no próximo mês.
A declaração foi dada durante a assinatura
de convênios entre os governos federal e estadual para
a área de Segurança Pública em São
Paulo, que contou com as presenças do ministro e do
governador Geraldo Alckmin (PSDB). O Ministério da
Justiça fez um repasse de R$ 32,1 milhões para
o Estado de São Paulo usar no incremento de seu aparato
policial.
"O Congresso [Nacional] resolveu que a entrega de armas
seria até 23 de dezembro. Nós estamos pensando,
e praticamente decididos, a prorrogar isso por mais seis meses",
afirmou Bastos.
Sem prorrogação, após o dia 23 do próximo
mês, não haverá mais pagamento por armas
entregues.
O ministro disse que iria anunciar a intenção
para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E disse
que, em havendo a prorrogação, as verbas para
o pagamento de indenização para quem entregar
suas armas estão garantidas.
Ontem, além do repasse de verbas, também foi
definido o envolvimento do governo do Estado no recolhimento
de armas. Foram credenciadas as polícias Militar e
Civil, que agora também poderão ter postos para
que a população faça a entrega voluntária.
O Estado de São Paulo ocupa a liderança, em
números absolutos, no número de armas recolhidas
pela Polícia Federal. Até o dia 5, foram 45.741
armas. No país, o número supera as 160 mil.
Durante o evento, o ministro e o governador adotaram tom
amistoso, ressaltando diversas vezes a importância da
"cooperação" entre o nível
federal e o estadual.
"Nós somos governos, um de um partido, outro
do outro, no entanto olhamos a segurança como uma atividade
de Estado. A cooperação se dá de uma
maneira forte e estreita", disse Bastos.
Alckmin afirmou que serão 132 mil policiais ajudando
no trabalho de desarmamento. "Nós assinamos sete
convênios que vão modernizar nossa polícia
e dar um passo importante na questão da digitalização.
E vamos nos somar ao trabalho do Ministério da Justiça
e da sociedade civil na campanha do desarmamento." O
governador também destacou a "parceria" com
o governo federal.
Amanhã, na Assembléia Legislativa, será
criado o comitê Desarma São Paulo, que contará
com a participação de órgãos da
sociedade civil, como a OAB e ONGs, que vão colaborar
na campanha.
VICTOR RAMOS
da Folha de S.Paulo
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