Cássia Gisele Ribeiro
especial para o GD
"Um município com mais de 30% da população
sem saneamento básico, índices de violência
altíssimos - incluindo uma chacina que matou 29 pessoas
- e Índice de Desenvolvimento Humanos (IDH) bem abaixo
do restante do estado. Assim era conhecida a cidade de Nova
Iguaçu (RJ) antes da implementação do
modelo de bairro-escola na região", contou a secretária
municipal de Educação, Maria Antônia Goulart
da Silva, durante o seminário Cidades sem muros: construção
de comunidades de aprendizagem.
A secretária esteve no evento para explicar como colocou
em prática o programa que se tornou exemplo de política
pública no país. "A prioridade era resolver
a questão da violência, mas não dava para
fazer isso sem trabalhar a educação". Inspirado
em ações como a realizada pela Cidade Escola
Aprendiz na Vila Madalena, na cidade de São Paulo,
o prefeito Lindberg Faria (PT) optou por um modelo próprio
de bairro-escola.
Para isso, a prefeitura realizou um mapeamento do perfil
das escolas e todos os recursos disponíveis na região.
Como a idéia do programa é fazer com que as
crianças percorram diferentes espaços de aprendizagem,
uma nova preocupação atingiu os envolvidos:
como fazer com que essas crianças percorressem esses
espaços com segurança? "A solução
foi desenvolver um trabalho para sensibilizar toda a população
para a causa. Os agentes acabam cuidando das crianças".
A idéia chegou aos agentes do trânsito e motoristas
de ônibus, entre outros. As rotas percorridas pelas
crianças foram todas muito bem sinalizadas e as calçadas
foram desocupadas pelos ambulantes. "Houve um surpreendente
empenho dos camelôs, que desocuparam as calçadas
sem maiores problemas. Quando o objetivo final é educação,
a população reconhece a importância e
aceita colaborar", acredita.
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