Cássia Gisele Ribeiro
especial para o GD
"Se eu pudesse escolher alguém para ganhar o prêmio
Nobel da Paz, eu escolheria o padre James Crowe". Como
não pode, o fundador da Cidade Escola Aprendiz, Gilberto
Dimenstein, homenageou o irlandês que revolucionou o
bairro paulistano do Jardim Ângela com o Prêmio
Educador Inventor 2007, durante o seminário Cidades
sem muros: construção de comunidades de aprendizagem.
O bairro já foi considerado o mais violento do mundo
pela Organização das Nações Unidas
(ONU). Crowe conheceu bem essa realidade. O padre realizava
diariamente os enterros no cemitério público
São Luiz, o único da região, e já
chegou a rezar em seis enterros de jovens em uma única
manhã. "Cheguei a ficar feliz quando realizei
o enterro de um senhor de 83 anos. Era incrível ele
ter chegado àquela idade", conta.
A partir de uma caminhada pela paz, uma série de ações
foram brotando dentro da comunidade. Um fórum pela
valorização da vida foi criado e reúne
os moradores da comunidade, uma vez por mês, para discutir
o problema da violência, um fórum específico
de educação também é realizado
uma vez por mês. E projetos que visam incluir atividades
extra-curriculares na escola também foram pensadas.
O resultado é que o Jardim Ângela já saiu
do grupo de comunidades violentas da lista da ONU e o bairro
chegou a registrar seis meses sem mortes violentas.
|