Os cursos de graduação universitária são fracos
na opinião de 56% dos alunos que se formaram em 2003.
O levantamento faz parte do questionário socioeconômico
do provão, respondido por 390 mil formandos de 26 áreas
participantes. Para o Inep, o dado é alarmante e acende
uma luz amarela para o ensino superior.
A maior reclamação vem dos estudantes de jornalismo
-73% acham que o curso deveria ser mais exigente. Em seguida,
estão os cursos de ciências contábeis
(67,5%), direito (64,8%) e administração (63,1%).
A queixa não difere muito entre os setores público
e privado. Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais), responsável pelo exame e pela
pesquisa, dos formandos de cada setor, 55% e 57%, respectivamente,
consideram que os cursos deveriam cobrar mais dos alunos.
Luiz Araújo, presidente do Inep, diz que o dado preocupa,
pois indica "como os novos profissionais encaram suas
habilidades". Ele diz que seis em cada dez novos médicos
estão insatisfeitos com o preparo que receberam. A
nova tarefa, diz, é estudar os fatores que causaram
a deficiência. "Pode ser que a universidade seja
bem equipada em laboratórios e bibliotecas, mas não
seja bem utilizada ao longo do curso."
LUIS RENATO STRAUSS
da Folha de S. Paulo
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