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12/01/2004
Desemprego desafia governo

BRASÍLIA - Consciente de que o crescimento econômico de 3,5% previsto para este ano será insuficiente para diminuir o número de desempregados do país, o governo Luiz Inácio Lula da Silva quer direcionar os investimentos para os setores que mais geram postos de trabalho. O ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner, afirmou que se o país crescer 3,5% em 2004 e nos próximos anos, o governo deve conseguir criar 7 milhões de empregos até 2006, ou seja, 70% da promessa de campanha (10 milhões de vagas).

A semana passada foi marcada por reuniões entre o presidente e seu ministério para definir metas e encontrar alternativas para que o país cresça com sustentabilidade e gerando novos postos. O ministro das Cidades, Olívio Dutra, anunciou um investimento de R$ 12,15 bilhões que deve contribuir para a criação de 1,471 milhão empregos diretos e indiretos, sem considerar as 276 mil vagas que já estariam garantidas pela execução de contratos firmados recentemente com Estados, municípios e companhias de água e esgoto. Cada R$ 1 milhão investidos na área de saneamento geram 161 empregos.

Se os recursos forem integralmente aplicados, a expectativa é de que outros 800 mil empregos sejam criados na construção civil. Além disso, o governo acredita que o agronegócio vá empregar 1,3 milhão pessoas este ano, se confirmadas as expectativas de crescimento do setor.

O economista Lauro Ramos, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que 2004 será marcado pela substituição de empregos considerados de ''má qualidade'' por outros com melhor remuneração. A taxa de desemprego pode não apresentar uma queda considerável - deve cair um ou dois pontos percentuais -, mas a renda do trabalhador deve subir. Para Ramos, um crescimento de 3,5% neste ano traz importantes resultados para o mercado de trabalho, que está bastante debilitado, mas não deve haver uma resposta imediata na taxa do desemprego.

"O mercado de trabalho está na UTI. Um crescimento de 3,5% a 4% pode tirar o paciente da UTI, mas não significa que ele vai ter alta. A meta de gerar emprego não vai se dar apenas com o crescimento econômico", afirmou Ramos.

Segundo o economista, as medidas anunciadas pelo governo, como o programa do primeiro emprego, não geram novos postos de trabalho.

"Esse tipo de medida é bem-vindo quando o mercado de trabalho não está tão debilitado", afirmou.

De acordo com Ramos, a reforma trabalhista e a desoneração da folha de pagamentos podem ajudar a melhorar o mercado de trabalho. Investimentos setoriais, como vem propondo o governo Lula, não têm, necessariamente, reflexo em empregos na indústria.

Wagner acredita que com o crescimento de 3,5% poderão ser geradas 2 milhões de vagas. No ano passado, mesmo com a crise, foram criados 1 milhão de empregos formais. Para reduzir significativamente a taxa de desemprego, porém, o Brasil precisaria crescer entre 5% e 6% ao ano. Só assim seria possível absorver o atual estoque de desempregados e mais 1,5 milhão de pessoas que entram anualmente no mercado.


As informações são do Jornal do Brasil.

   
 
   
 

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